Três irmãos malvados e desastrados, por vezes patéticos, conhecidos por números. Lembram a prole de um certo presidente de uma república bananeira ao sul do Equador que chama os filhos de Zero Um, Zero Dois e Zero Três. Como os Metralhas, são três, mas por vezes aparecem quatro, cinco...
Todos têm em comum o dezessete no início dos números que os identificam: 176-671, 176-761 e 176-176.
Na página da Wikipedia, os “Beagle Boys” (no original inglês) são catalogados como da espécie “cachorro”, ocupação “ladrões” e característica “atrapalhados”. Têm por amigos o Mancha Negra, o Bafo-de-Onça e o Lobão - enfim, a milícia toda. Pense em Hélio Negão, Fabrício Queiroz... O Lobão já se retirou da turma. Lágrimas no escuro.
Bruto é o Zero Um. Não é Chico, mas é Esperto, como na versão lusitana. Tão esperto que se elegeu senador depois de tornar-se famoso por defecar nas calças e desmaiar durante um debate para prefeito do Rio de Janeiro.
O mais briguento é o Briguento, a quem o pai chama de Zero Dois. Suas maiores façanhas consistem em fazer ataques enigmáticos pelo Twitter que obrigam adversários a ocupar a semana tentando decifrar o que ele quis dizer. Briguento gosta mesmo é de quebrar o pau. Acuado, abre seu vistoso rabo de pavão – um luxo! - e pula nos braços de um misterioso primo. Pula!
O Zero Três é o Burguer. É tão bom em fritar hambúrgueres que o pai quis nomeá-lo embaixador nos Estados Unidos. A intenção era servir as delícias pessoalmente ao amado presidente do país do norte, mas, apeado Trump do poder, não rolou a mesma química com Biden. Notem que em Portugal esse Metralha atende pelo nome de... Hambúrguer! No Brasil, tornou-se conhecido pela falta de outras qualidades, como a que lhe rendeu o apelido de Dudu Bananinha.
A Wikipedia menciona outros parentes dos Metralhas, como o Primo Azarado, cuja numeração é 1313, vejam só! De coincidências também se vive. Carl Barks, criador dos personagens, certamente já antevia a presença de certo índio na familícia que passou a vida ocupada em roubar a Caixa-Forte de Patópolis.
Nos próximos cinquenta anos que me restam ainda vou descobrir que o pai de todos eles chama-se Jair Bafo-de-Onça.
(LUÍS ANTÔNIO ALBIERO, em Jacareí, SP, aos 2 de setembro de 2021)