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26/11/2022

Solange, uma Leitora

Minha crônica de quatro anos atrás, que estava parada em torno de umas trinta curtidas, bombou nesta semana e alcançou mais de duas mil reações.

O mais interessante é que, diferentemente do que acontecia com todas as minhas crônicas antes da eleição presidencial, desta feita a maioria esmagadora dos comentários é elogiosa, positiva. Claro que não faltam as críticas de bolsonarentos e extremodireitistas enrustidos.

Uma deles, de nome Solange Savi, da vizinha e aprazível Itu, chamou meu texto de ridículo, disse que havia aparecido para ela "do nada" e me chamou de burro. Ela me disse que com burro não se conversa, serve-se palha e, por fim, ainda teve a petulância de dizer que eu a teria desrespeitado.

Mandei-lhe a seguinte resposta:

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Solange, filha... vou explicar a você como se estivesse explicando a um burro, embora eu saiba que burra você não é. Será apenas uma palhinha, talquei?

Seguinte. Meu texto não apareceu "do nada" para você.

Estamos num ambiente chamado Facebook. No momento em que aderimos, em que entramos nesse meio, aceitamos as regras que a empresa de Mark Zuckerberg criou. Correto?

No âmbito dessas regras e meios por ele disponibilizados há um mecanismo que Zuck chama de "turbinar a publicação".

Funciona assim. Eu paguei R$26,70 para o Facebook fazer propaganda deste meu texto por cinco dias.

Ou seja, assim como aparecem diversos anúncios com a legenda "patrocinado" em seu Facebook, apareceu meu texto

Da mesma maneira eu recebo todo o tempo anúncios de lançamentos imobiliários, de cadeiras, de serviços de informática, de editoras, enfim, de produtos e serviços os mais diversos, e eu clico naquilo que me interessa, também você recebeu o anúncio desta minha crônica.

Por alguma razão aí da sua cachola, você achou interessante, clicou e veio até aqui.

Seja bem-vinda, portanto. É um prazer recebê-la, mas, se você não gostou, não se sente à vontade num ambiente intelectualizado, dizia minha avó: a porta da rua é serventia da casa.

Com absoluto respeito eu apresentei a você meu texto. Com absoluto respeito eu respondi a seu comentário. Respeito é bom e todos gostamos. Então, por gentileza, mantenha-se respeitosa neste ambiente ou sirva-se da porta de saída.

Bom domingo a você.

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Link para a crônica: Coração Verde e Amarelo

20/11/2022

Do Twitter ao Koo

Elon Musk, tantas você fez que o brasileiro puxou para nosso lado o Koo indiano.

O Twitter tem como emblema um pequeno pássaro e o nome é uma mimologia, figura de linguagem - conta-me o Google, oráculo do século XXI - mais conhecida como onomatopeia. Um "tweet" representa o trinado de um canário, de um periquito como o "tuim", por exemplo, diria eu, diriam nossos homens e mulheres dos campos.

O Koo tem ou pretende ter a mesma formatação. Representa o pio da coruja, o arrulho do pombo, o grasnado do pato ou da gaivota, o crocitar do corvo, o pipilar do pavão (que mais parece um miado, digo-vos de cátedra, vizinho que sou de alguns nesta terra dos jacarés), o grassitar de aves de maior porte, como o gavião, o falcão e o milhafre.

E eu que não sabia que milhafres grassitam, e nem faço ideia do que seja um milhafre ou que som possa ter o grassitar deles!

Enfim, uma mensagem enviada pelo Koo é um pio, o pio do Koo.

Foi um passarinho que me contou.

Idos

Estava tentando responder uma a uma as felicitações que os amigos e amigas me endereçaram por conta dos meus 25 anos completados ontem (sei que esta minha carinha de 18 engana, mas é a dura realidade). Não tive fôlego, porém.

Muitíssimo obrigado a cada um de vocês que dedicaram um instante da vida para alegrar o dia deste escrevinhador, palpiteiro ordinário de feicebuque e outras redes.

Ano que vem, daqui a exatos 365 dias, estarei ingressando em caráter oficial no patamar dos idosos.

Idoso é quem acumula muitos anos "idos" - daí a palavra. "Entrado em anos", diriam Machado e os antigos. E eu, vocês sabem, tenho tentado de todo modo segurar o tempo.

Permitam-me, portanto, continuar curtindo meus 25! Como se dizia nos tempos jurássicos, de ilusão também se vive.

Sigo, pois, acumulando juventude.

(Luís Antônio Albiero, em Capivari, SP, aos 20 de novembro de 2022)