Essas pessoas já me haviam decepcionado ao fazer a opção que fizeram em 2018. Nalgumas eu reconheço a falta de inteligência, noutras, a falta de humanidade, o que explica a escolha. Fizeram sua opção por pura e simples identificação.
Outras, porém, eram pessoas pelas quais eu nutria sincera admiração, fosse pelo caráter humanitário, fosse pela inteligência, algumas por ambas as virtudes. Virtudes aparentes, porém. Prevalece, infelizmente, o velho ditado sobre as aparências.
De vez em quando dou uma espiadinha no que anda rolando nos perfis dessas pessoas, na esperança honesta de que a ficha tenha caído. Afinal, lá se vão três anos e um mês e motivos para que retomem a consciência, BolsoNero forneceu-os às fartas.
Hoje me decepcionei de novo com uma dessas. E em seguida com mais algumas, observando as reações às postagens que ela fez.
Trata-se de alguém que marcou minha infância porque despertou em mim a primeira paixão. Já escrevi mais de uma vez a respeito, alguém por quem tive mais do que simples admiração por sua inteligência cartesiana.
Deusducéu, descubro agora que a pessoa era admiradora de Olavo de Carvalho, em quem via "grande inteligência"! E eu chamando o astrólogo autointitulado filósofo daquilo que ele era na realidade, um adestrador de imbecis que se comprazia em ver seu rebanho crescer numericamente.
Entre civilização e barbárie não se trata de uma questão de opinião, de escolha entre o que parece melhor ou o que mais agrada, se azul ou verde, Palmeiras ou Corinthians, Toyota ou Volkswagen. É algo bem mais simples, como um mais um dá dois. É ver a realidade como ela é, sem necessidade de uma grande perspicácia. Um básico de inteligência deveria bastar.
Para alguns, porém, um mais um dá 11. É a matemática alternativa fazendo sua festa - alegoria que cai como luva em relação à pessoa a quem me refiro.
A que fundo de poço o ódio, o orgulho e o preconceito levaram essas pessoas queridas. Estou a ponto de perder a fé na Humanidade.
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