Neste final de semana, o filho Carlos ""Zero Dois"", o vereador federal Carluxo, reproduziu e disseminou pelas redes sociais uma mensagem do perfil ""Anonymous"" que assegurava que Adélio Bispo teria prestado depoimento à polícia federal, gravado, em que teria dito que fora contratado pela campanha de Fernando Haddad para cometer o atentado contra o então candidato, hoje presidente Jair Mentiras BolsoNero.
A mentira, certamente mais uma produção do gabinete do ódio comandado pelo próprio Carluxo, não durou nem 48 horas. A polícia federal já desmentiu e até o juiz do caso se pronunciou, destacando a inimputabilidade de Adélio que o impossibilita de prestar depoimento, seja como réu ou como testemunha (link para a notícia no primeiro comentário).
Não satisfeitos, os membros do clã presidencial divulgaram hoje, quatro anos depois da falsa facada, um vídeo supostamente gravado em 7 de setembro de 2018, instantes após o então candidato ter retomado a consciência ao fim do procedimento cirúrgico a que fora supostamente submetido (link no segundo comentário). Nele, o presidente aparece deitado numa cama de hospital falando com normalidade, sem embaraço, mencionando ""deus"", ""jesus"", dizendo-se abençoado e escolhido para cumprir uma ""missão"", precedido por uma ""oração"" do farsante Magno Malta.
Especialista em enganar crédulos passando-se por pastor evangélico, Malta já produziu uma imagem ""fake"" em que inseriu a cabeça de Adélio em lugar da de outra pessoa que se encontrava em meio a uma multidão, tendo o ex-presidente Lula à frente. Malta sequer se preocupou com a desproporção notória da cabeça de Adélio, recortada e inserida em sobreposição à fotografia original, em relação a todas as demais pessoas presentes.
Essa persistência só reforça que tudo de fato é realmente falso, tudo é farsesco, a começar do próprio episódio da inverossímil facada. Qualquer pessoa, grupo, entidade, empresa ou partido político que quisesse realmente cometer um atentado contra um candidato a presidente da República jamais emcomendaria um crime de tal magnitude a um sujeito com visíveis distúrbios mentais e para praticá-lo em meio à multidão e a faca. Uma pessoa com um resquício de inteligência contrataria um franco-atirador, um ""sniper"", um especialista que disparasse o tiro a partir do teto ou da janela de um apartamento de um prédio qualquer, de onde o alvo se tornasse fácil de ser atingido e o atirador estivesse protegido, a salvo de ser identificado, contido pelos seguranças ou linchado pela turba enraivecida.
A par disso, há toda uma série de ""pontas soltas"" que envolvem o episódio, bem demonstradas no documentário produzido pelo portal Brasil 247 e apresentado pelo jornalista Joaquim de Carvalho, disponível no YouTube. A mais gritante é o fato de que, rodeado de diversos delegados da polícia federal que faziam a segurança do candidato, o limítrofe Adélio Bispo furou o cerco e, erguendo o braço direito sobre a cabeça de um dos seguranças, conseguiu o feito de atingir o abdômen de Bolsonaro com a força necessária para perfurá-lo e penetrá-lo gravemente. Detalhe intrigante: os delegados ali presentes, que falharam clamorosamente na missão de proteger o candidato, foram por este, depois de eleito e empossado, todos eles premiados com promoções. Fizeram por merecer, com certeza.
Enfim, nada em BolsoNero é verdadeiro. Tudo nele rescende a falsidade. E o seu desespero e dos que o cercam diante da preferência do eleitorado brasileiro, cada vez mais consolidada em favor do adversário petista, leva-os a cometerem erros primários como essa desastrada notícia falsa do depoimento que não existiu.
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, madrugada de 15 de fevereiro de 2022)"
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