25/05/2021

Meus "Políticos de Estimação"

As pessoas que encaram a política como futebol, que escolhem torcer para um ou outro "time" e, em consequência, passam a odiar todos os adversários, não têm a mínima noção do que é a Política e da importância que ela tem para a vida de todos nós.

Eu era um jovem de 24 anos em 1988 quando disputei e venci minha primeira eleição, para vereador, e me lembro de um discurso que eu fazia. Era mais ou menos assim:

"Você pode odiar a Política e os políticos, mas não pode ignorá-los, pois as decisões do prefeito e dos vereadores (naquela época, a prefeitura e a câmara de Capivari ficavam no mesmo prédio) saem dos gabinetes pelas portas da prefeitura, descem as escadas, escorrem pelas ruas da cidade e entram na sua casa por debaixo da porta, queira você ou não".

Eu lembrava que eram os políticos que decidiriam o preço do pãozinho que você come, do combustível que você põe no seu carro; decidiriam o seu salário, o quanto você vai ganhar e se você terá ou não emprego, escola, postos de saúde, médicos, polícia...

Desde muito cedo eu adquiri consciência do que significa a Política na vida de todos - do pobre e do rico, das pessoas e das empresas, das coisas privadas e das questões públicas.

Desde muito cedo eu tive a percepção de como agiam os políticos e os partidos, a favor de quem, quais os interesses que cada qual defendia, quem de fato estava ao lado dos mais necessitados e quem só se preocupava com o capital, com o lucro fácil, com a especulação financeira e imobiliária.

Fiz de minha escolha a razão do meu viver.

Fui vereador por dois mandatos, candidato a prefeito em três oportunidades, candidato a deputado federal uma vez; atuei exercendo cargos em comissão como assessor jurídico na Assembleia Legislativa de São Paulo e na Câmara Municipal de Americana.

Há três anos deixei essa vida pública para cuidar da minha carreira profissional, que por muito tempo eu havia abandonado para me dedicar aos interesses da comunidade. Hoje ocupo cargo de procurador municipal, concursado, efetivo, o que me distanciou de uma participação mais efetiva na Política, mas não me impede de me manter na trincheira - restrita agora aos meios virtuais, basicamente aqui pelo Facebook.

Continuo me considerando um político, um ser político, mesmo afastado das disputas eleitorais. E sigo fiel aos meus propósitos, à minha razão de viver, à opção que desde muito cedo fiz de lutar em favor da classe trabalhadora e dos mais necessitados da sociedade.

Eu lamento pelos que não têm compreensão do meu papel, que eu mesmo me atribuí por opção que a vida acabou me determinando, em razão da minha origem social.

É triste ver meninos mal saídos das fraldas ou idosos que passaram a vida toda sem enxergar um palmo diante do nariz questionarem minha militância com absoluta ausência de argumentos sérios, sólidos, razoáveis, maduros.

Um sujeito que não me conhece se acha no direito de me julgar e se dá ao desplante de insinuar que em algum momento da minha vida eu tenha "dependido da política" para sobreviver.

Além de ignorância, esse sujeito expressa má-fé, pois a ele o que menos parece importar é a Verdade. Porque ele não sabe, não faz ideia de que é exatamente o contrário do que seu raciocínio miúdo o permite pensar.

Quem já fez política sem apoio financeiro, sem ter o patrocínio de empresas e empresários, como eu fiz a vida toda, sabe que o candidato, ou mesmo o político eleito, além de comprometer a própria vida em favor da causa pública, muitas vezes compromete suas próprias finanças, até mesmo, como foi meu caso, sua carreira profissional.

Chamam-me, os mais educados, de "fanático"; os mais estúpidos tentam me desqualificar com termos chulos ou me atribuindo semelhanças a políticos que eles odeiam e, por seu ódio e preconceito, neles não conseguem enxergar os méritos que verdadeiramente têm, apenas os deméritos que conseguem produzir suas mentes perversas, devidamente adubadas pelos meios de comunicação comprometidos com os interesses da classe dominante.

Sim, eu tenho meus "políticos de estimação". São lideranças pelas quais tenho elevada estima, por seu exemplo de dedicação às mesmas causas pelas quais luto desde que adquiri consciência política, ainda na adolescência. São políticos que, além da estima que tenho por eles, muito me orgulham.

Políticos em quem sempre confiei, como Lula, Dilma, Fernando Haddad, Eduardo Suplicy, José Dirceu, José Genoino, Paulo Teixeira, Antonio Mentor , Simão Pedro , José Machado e muitos outros do meu partido, alguns falecidos, como Luiz Gushiken, José Mentor, Delçon e Derly Andriotti, dona Nadir Monticelli; ou Luisa Erundina, Mario Covas, João Hermann Neto, Ismael Sanches, Marta Suplicy, que, mesmo integrando ou tendo migrado para outros partidos, foram dignos do meu voto e souberam dignificá-lo.

Alguns me decepcionaram em algum momento, como - e vou citar apenas um, pela admiração que por ele nutro - o querido Almir Pazzianotto Pinto, capivariano que durante o governo de José Sarney, na condição de Ministro do Trabalho, afiançou a farsa do "ganho real de salário" quando da implantação do Plano Cruzado, e depois, mais recentemente, por injustas e duras críticas aos governos de meu partido; a despeito disso tudo, é um conterrâneo que ainda me orgulha.

Esses, dentre outros que à memória escapam, são meus "políticos de estimação", e me limito àqueles em quem votei ao menos uma vez na vida, e essas são as causas pelas quais tenho lutado por toda a minha trajetória, e deles e dela tenho muito orgulho.

Lamento, repito, pelos que, a despeito de terem propensão à política, não possam dizer o mesmo.

(LUÍS ANTÔNIO ALBIERO, em Jacareí, SP, aos 25 de maio de 2021)

22/05/2021

Caráter Grandioso

Um conterrâneo, um certo Eduardo S***, publicou um meme em que Lula aparece como preso na ditadura e preso na democracia, com a mensagem de que o que importa não é o regime, mas o caráter.

Mandei esta resposta:

**********

"É, pois é.

É preciso ter caráter, sim, e muito bom caráter, para enfrentar uma ditadura na defesa dos trabalhadores.

E é preciso ser um estadista para cumprir, ainda que sabendo-a injusta e desprovida de sustentação fática e jurídica, uma sentença exarada por um juiz corrupto, no bojo de um golpe de estado.

Você cumpriria a sentença, sabendo-se inocente e podendo refugiar-se em qualquer embaixada?

Cumpriria?!?

Aposto que não. Porque é preciso ter o caráter de um estadista para servir de exemplo e mostrar a todos que uma decisão judicial, ainda que injusta, deve ser cumprida, e que dela se pode recorrer acreditando nas instituições, e que se vence o recurso quando ele é calcado na verdade.

Você teria esse caráter grandioso, Eduardo S***?

Du-vi-de-o-dó!

Fugiria ao primeiro que lhe batesse os pés."

22/04/2021

Fundaríamos o PTT

Querida, o que houve com sua reconhecida inteligência cartesiana?

Parece ter-se olvidado de que um mais um dá dois e, nessa razão, pode-se chegar a dois milhões. E o PT chegou! Hoje somos mais de dois milhões de filiados. O que é que você acha que aconteceria se essa pretensão fascista de cassar o registro do PT viesse mesmo a se consolidar?

Pois eu vou lhe adiantar.

Se não nos colocassem mesmo, de verdade, os dois milhões em campos de concentração, se não nos levassem às câmaras de gás imediatamente, no dia seguinte estaríamos nos filiando em massa num partido pequeno qualquer, desses disponíveis no balcão de negócios da politicagem nacional, ou num partido satélite dentre os que orbitam em torno do PT, adaptaríamos o estatuto e mudaríamos a sigla e o nome da agremiação.

Eu até já dei minha sugestão: Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores - PTT. Pronto! Ficou ótimo, não acha?

Não, não ficou, ficará, porque essa hipótese não tem chance de vingar. São acusações sem base de sustentação, requentadas para, de novo, criar um ambiente político de ódio, já anteriormente repelidas pela justiça eleitoral, pelo TSE. Ou nos filiaríamos todos ao PCdoB, que já vem mesmo cogitando mudar o nome. Já pensou Flávio Dino eleito presidente do Brasil pelo PTT? Que maravilha não seria?

Essa sua estreiteza de raciocínio, querida, esse seu apego à prevalência de um pensamento único, ao neonazifascismo, juro que nunca antes na história da minha vida eu nem de longe desconfiei de.

Decepção!

O que é que o ódio não faz com as pessoas, não é mesmo? Pensar que alguém como você votou para presidente da República num sujeito visivelmente limítrofe, um ginasiano que passa o dia no fundo da sala jogando papeizinhos amassados nos coleguinhas e mostrando a língua para as meninas...

Aí está o resultado. A tragédia que nos envergonha perante o mundo.

Que o Covid-19 não a encontre, é o que desejo de todo coração - nem a você, nem aos seus entes queridos. Embora parece que já se tenha alojado em seu cérebro, e não foi agora, neste surto pandêmico.

Como se chamava o coronavírus congênere em 2018? Bovid-17?

16/04/2021

Treta Vapt-Vupt

Um conterrâneo aqui de Capivari, de prenome Jorge, foi à página do Lula no Facebook e escreveu, com evidente erro de gramática: ""que santinho ele transformou"" (Lula nunca transformou santo algum em qualquer coisa, é óbvio, nem jamais deve ter tido essa intenção; mas deu para entender o que quis dizer meu amigo que faltou às aulas de português).

Deixei lá o seguinte comentário:

**********

"Jorge , meu véi...

Você é do tipo que viu Jesus passar diante de sua casa, viu-o fazer o milagre da distribuição dos pães, viu-o levar pão a quem tem fome e água a quem tem sede, viu-o levar vida em abundância, dignidade, esperança e oportunidades aos que mais precisam, viu-o pregar ""amai-vos uns aos outros como eu vos amei"", mas, por saber que ele vinha lá da favela, porque foi pobre, porque defendia os pobres, você chamou a polícia e ele foi preso.

Depois você viu o Capeta passando também defronte sua casa, com todo figurino que lhe é próprio - rabo, chifres e tridente nas mãos -, viu-o fazer arminha e defender a tortura e os torturadores, ouviu-o jurar que mataria ""pelo menos uns trinta mil"" e a pregar ""matai-vos uns aos outros como eu vos matei"", e você o chamou de ""mito! Mito! Mito"" e elegeu esse seu Micto presidente da República.

Você é fera, Jorjão! Parabéns."

**********"

19/03/2021

O Brasão da República Petista

"Minha bandeira jamais será vermelha", berra a estultice verde-amarela.

Mal sabem os que repetem esse mantra como papagaios que o vermelho está no nascedouro do próprio país, como já escrevi em crônica (depois de ler esta, volte e leia esta aqui:

https://www.facebook.com/cronicaseagudasfb/posts/178561059483038)

Dia desses, comentei numa postagem a esse respeito e destaquei que o autor do texto ao qual ela se referia havia conseguido o feito de cancelar o azul das cores da bandeira nacional. Nem vermelha, nem azul, "somente verde e amarela" dizia o autor referido acerca da "minha bandeira"! E, de quebra, desprezou até o branco...

Confesso, no entanto, que nunca havia prestado atenção nos detalhes do brasão, que, como a bandeira e o hino, é outro símbolo nacional, este das armas nacionais.

Criado pelo engenheiro e desenhista Artur Zauer no século retrasado, foi instituído como símbolo nacional por decreto de 19 de novembro (ops! meu aniversário!) de 1889.

Zauer era um visionário.

Observe que todo o desenho está estruturado sobre uma grande estrela de cinco pontas e contorno vermelho e está salpicado de estrelinhas por todo canto. Tem estrelas até nas pontas do ramo de tabaco, à direita (à esquerda, o ramo é de café, com ostensivos grãos vermelhos nas pontas...).

Quer algo mais petista do que isso?

Mas o danado do companheiro lulodilmopetista do século XIX foi mais longe.

No centro da espada em riste, acintosamente meteu uma bandeirinha do PT! Mas que filhodamãe esse companheiro!

Só deu uma disfarçadinha e pintou de amarelo a estrelinha, mas a bandeira vermelha com estrela no centro é inegavelmente o símbolo do partido que, pouco mais de cem anos depois, viria a governar o Brasil. E que, ao que tudo indica, vai voltar ao poder em 2022.

Será que os "nhorantes" da História do Brasil ainda terão a cara de pau de nos atacar repetindo o surrado bordão que, por ódio e preconceito, renega a cor vermelha?

(Luís Antônio Albiero, em Capivari, SP, aos 19 de março de 2021)

13/03/2021

Demasiadamente Humano

Desde que se instalou esse desgoverno, cujo "presidente" (argh!) abre mão do direito-dever de governar, sobretudo depois da pandemia, tenho lido e ouvido muita gente dizer que "precisamos de um líder", alguém que saiba fazer o que de fato precisa ser feito. Alguém que nos conduza com sabedoria.

Sempre me veio à mente, imediatamente: "esse líder é Lula!"

E com a mesma imediatidade me vinham os freios: mas BolsoNero responderá pela presidência até 31 de dezembro de 2022; mas mesmo que seja cassado, o novo presidente será escolhido pelo Congresso, indiretamente; mas mesmo que haja eleições, Lula está inelegível...

Uma sucessão de "mas" que tornava irrealizável o desejo de que o único líder capaz de unificar o país e o recolocar nos trilhos - e dar alívio ao mundo, porque hoje o Brasil é uma ameaça biológica à Humanidade - voltasse a governar.

Aí veio a interferência do imponderável.

Fachin, que há cinco anos vem sendo soldado da Lava Jato no STF, solta uma decisão que nem o mais otimista jurista ou advogado, ainda que militante do PT, como eu, poderia sonhar e anula todas as sentenças que tornavam Lula inelegível.

Resultado prático imediato: Lula está elegível! Não tem nada, hoje, que impeça sua candidatura a qualquer cargo, de vereador a presidente da República!

Mas ainda restavam os outros "mas". BolsoNero segue presidente e as eleições presidenciais só se realizarão daqui a vinte meses. Que desalento...

Só que um líder autêntico não depende de cargo público ou mandato para que seus atos sejam efetivos.

É ver o que aconteceu quase que imediatamente após o pronunciamento - sim, pois não foi discurso, nem entrevista, mas verdadeiro pronunciamento! - que Lula fez no dia seguinte ao anúncio de que sua liberdade agora é plena.

No mesmo dia, o "despresidente", que vinha fazendo campanha - incrível! Mas é a pura verdade - contra o uso de máscara, cuidado primaríssimo no enfrentamento da pandemia em que a doença se alastra pelas vias aéreas, eis que aparece em evento público, pela primeira vez em meses, devidamente emascarado.

Mas não só isso. Esqueceu tudo o que disse contra a vacina e tomou atitudes concretas para promover a vacinação em massa. Já se fala até em exonerar o "desministro" Pazuello, um primor na arte da "lojística" (com "j" mesmo, de "loja", da "lojinha" da 25 de Março que lhe restará administrar, se tanto).

E ainda não foi tudo! O Brasil descobriu que há três meses - ou seja, muito antes da inimaginável liberdade plena - Lula já vinha intercedendo junto aos governos da China (desta intervenção eu já sabia; só não entendo por que não repercutiu na época. Lula enviou uma carta a Xi Jinping, secretário geral da China) e da Rússia, com vistas à destinação das vacinas aos brasileiros. Para tanto, Lula fez valer sua respeitabilidade e sua credibilidade na geopolítica internacional, ambiente em que BolsoNero perambula como um pária.

Como escrevi aqui, em tom jocoso, não sei se Lula é santo, mas é fato que, em três horas de pronunciamento ele fez alguns "milagres": levou BolsoNero a usar máscara e seu governo, finalmente, a priorizar a vacinação. E, de quebra, fez com que ele colocasse um globo terrestre na mesa, durante a "Deus me Live" da última quinta feira, e isso porque Lula o chamou de "terraplanista".

E agora sabemos que o milagre de São Lula foi muito maior!

Não, Lula não é santo. Nem precisa. Gostaria muito de conhecer o grau de "santidade" de cada sujeito estúpido que cobra isso dele. Lula é um ser humano, demasiadamente humano. Do tipo que chora com as famílias dos 270 mil brasileiros mortos pela pandemia, e não dessa espécie que ri e debocha da desgraça de seu próprio povo, como fez o sociopata "despresidente".

Como ser humano, Lula é o mais preparado, dentre os oito bilhões de almas que caminham por este planeta, para gerir uma crise gravíssima e inigualável, no plano histórico, como a atual pandemia.

Porque o humano Lula é um autêntico líder.

Mais que isso, Lula é um estadista.

(LUÍS ANTÔNIO ALBIERO, em Jacareí, SP, aos 13 de março de 2021)

12/03/2021

O Tsunâmi e a Rocha

A querida amiga Célis fez o seguinte comentário a uma publicação minha:

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Dr. Luis Antônio Albiero, como ficam as delações de Palocci, José Dirceu etc....?

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Célis, Palocci que pague pelo que fez.

José Dirceu foi vítima de uma imensa mentira. Esse "etc" eu não conheço.

Não confunda Barusco, Cerveró, Paulo Roberto Costa e outros corruptos diretores da Petrobras, que eram funcionários de carreira e atravessaram diversos governos, desde os governos militares, com os tesoureiros do partido, que arrecadaram recursos para campanhas eleitorais como fazem necessariamente todos os partidos, porque é a lei, mas que por serem do partido que representa o lado vulnerável da sociedade foram acusados de receber "propina".

O que para o PSDB, MDB, DEM e outros, era arrecadação para campanha, mesmo sendo desviados em malas e apartamentos para o patrimônio pessoal dos políticos, como Temer, Geddel, Rocha Loures, Aécio, Serra, Alckmin, FHC, para o PT era "propina", mesmo tendo sido feito tudo dentro da lei e aplicados os recursos em campanhas eleitorais, como deve ser.

Todos os tesoureiros do PT que foram acusados, presos, acabaram absolvidos.

A política, infelizmente, é uma guerra em que de um lado há os poderosos, os que detêm o poder econômico e controlam a mídia, as instituições, o poder Judiciário, o próprio Estado, e, de outro lado, o resto, nós e nossos representantes, sempre vulneráveis diante dos poderosos.

Sem ter essa compreensão do que é a Política não há como entender o que realmente aconteceu.

O bom é que a verdade é uma força da natureza. Ela vem silenciosa como águas calmas do mar, mas quando chega, se agiganta e arrebenta toda mentira e falsidade que encontra pela frente. O que resiste é a honestidade, é a rocha firme que nem o tsunâmi destrói.

Quem acreditou na patacoada do combate à corrupção precisa conhecer a vida pessoal, por exemplo, de um José Genoino, que vive até hoje num sobradinho modesto no Butantã em São Paulo. Depois de Lula, ele talvez tenha sido a maior vítima do gigantesco engodo histórico que vivenciamos desde o malfadado "mensalão".

(Em Jacareí, SP, aos 12 de março de 2021)

11/03/2021

Atestado de Honestidade

Edison, enquanto Fachin se portava como um implacável soldado da Lava Jato no STF, ela sim criminosa por seus métodos medievais e nazistas, você aplaudia.

Agora que ele se viu obrigado a entregar os anéis para não perder os dedos, você, que não é capaz de discernir entre o joio e o trigo, chama-o de "nazista". Ingrato!

Corrupto é o ex-juiz, que VENDEU UMA SENTENÇA para prender o candidato que liderava a corrida presidencial em 2018, que o silenciou para que ele sequer pudesse apoiar seu substituto, de olho num cargo no STF, e que, feito o serviço sujo, não pensou duas vezes, abandonou vinte anos de magistratura e foi gozar da PROPINA que lhe foi paga na forma de cargo de ministro da Justiça.

Era para ser um degrau para chegar ao objetivo final, mas BolsoNero deu-lhe um pé na bunda - aliás, a única coisa positiva desse governo fascista que você defende.

Corruptos são os procuradores da República da Lava Jato, que extorquiram 2 bilhões de reais da Petrobras na forma de uma "fundação" que serviria para patrocinar "palestras" que seriam usadas para transferir PROPINA aos próprios procuradores.

Isso tudo está revelado e PROVADO e mais cedo ou mais tarde todos pagarão pelos crimes que cometeram na organização criminosa chamada Lava Jato.

O que me admira é você passar a mão na cabeça desses seus BANDIDOS DE ESTIMAÇÃO, ao mesmo tempo em que acusa, sem fatos, sem crimes, sem provas, o sujeito que, ao fim e ao cabo, recebeu um verdadeiro ATESTADO DE HONESTIDADE dessa mesma OrCrim chamada Lava Jato, que atropelou Constituição, leis e direitos procurando alguma coisa que o incriminasse e NADA ENCONTROU. Tanto que teve que se contentar com duas REFORMINHAS em propriedades que não eram, nunca foram, não são e jamais seriam de Lula.

Aliás, a única coisa que encontraram foi um HOMEM HONESTO.

A honestidade é uma rocha que nem a força do mar consegue destruir.

A honestidade de Lula resistiu a um tsunâmi.

Isso é fato. Queira ou não queira a porra do seu preconceito.

(Em Jacareí, SP, aos 11 de março de 2021)

21/02/2021

A Casa que Cai

Sérgio, um primo fictício, estava em viagem para Jerusalém. Excursão religiosa de gente do interior paulista para a terra santa. Lá pela metade da viagem, em Roma, se não me engano, ele reuniu os conterrâneos companheiros da farofagem intercontinental e tascou, com euforia contida por falso confrangimento:

- A casa caiu pro Lula.

Meu fictício primo estava se referindo ao "vazamento" de um áudio em que o "Lula" ligava para o Rui Falcão e, nervoso, dizia algo como "eu falei que era para dar um jeito nesse Palófi".

De fato, por aqueles dias corria livre pelo esgoto pútrido das redes sociais uma imitação grosseira de um "Lula" desesperado com as acusações que lhe havia feito, dias antes, o ex-gente boa Antônio Palocci. E era tão grosseira a imitação - provavelmente feita por um desses hu-Moristas do Pânico da Jovem Pan - que não se ouvia a voz do Rui Falcão, mas apenas do "Lula", e em alto e bom som. Era como se alguém, na própria morada do ex-presidente, estivesse fazendo uma gravação ambiental e unilateral. Ou seja, não era grampo telefônico. Teria de ter sido uma gravação "in loco", no apartamento mesmo de Lula, onde "ele" dizia estar naquele momento. "Acabei de ver no Jornal Nafional", dizia, choroso, o arremedador fajuto.

Sim, é verdade, a "casa" de Lula viria a "cair" alguns meses depois, talvez mais de um ano, quando outro Sérgio - e esse eu não gostaria de ter como primo, nem fictício, muito menos real -, viria a decretar a prisão do ex-presidente. E todos vimos o "motivo": acusado de ter sido chefe da maior quadrilha das galáxias (aliás, por esse "crime" ele foi absolvido), foi condenado porque teria deixado o governo, depois de oito anos e mais de dez trilhões de reais em orçamentos sob seu comando, com não mais que duas reforminhas meia boca num apartamento e num sítio mequetrefes que nunca foram, não são, jamais serão ou seriam dele.

Enfim, todos vimos e estamos vendo como foi que a "casa" dele caiu e em que estado ela se encontra hoje - na iminência de ter seus direitos políticos restituídos e cogitado, até mesmo por muita gente que o queria preso, para voltar ao Palácio do Planalto. Quem não acreditou nas evidências agora está vendo com lupa tudo o que sempre denunciamos.

Essa expressão, "a casa caiu", é das mais surradas que tenho lido e ouvido desde outros carnavais, desde os tempos gloriosos das marchinhas, "vai, agora vai, senão um dia a casa cai; vai, menina, vai".

À esquerda e à direita, blogueiros, iutúberes, jornalistas, pseudojornalistas, autoproclamados "influenciadores digitais" (que diabos afinal é isso?) e outros aventureiros arriscam-se a mandar um tonitroante "a casa caiu" para qualquer novidade que surja e sirva para comprovar suas teorias e seus desejos, na maioria das vezes cultivados e alimentados pelo ódio que nutrem pelo nordestino de fala rouca e nove dedos - aquele mesmo que deixou a presidência da República com aprovação de quase cem por cento da população brasileira.

E o fato é que a casa... nunca que cai!

Nenhuma delas. Nem a do Lula, que "caiu" por pouco tempo, o necessário para que não pudesse disputar a presidência da República em 2018, nem a de ninguém. Parece aquele edifício que dava título a um programa humorístico que a Globo exibia aos sábados nos meus idos e saudosos tempos de pirralho, de nome "Balança, mas não Cai".

Nunca pus fé na força dessa expressão, nem para a "casa" de Lula, nem de quem quer que fosse. Mas ando revendo minhas crenças.

É que finalmente uma vivenda, de fato e de direito, des-Moro-nou.

Justamente o palacete que da rupestre capital paranaense projetou seus Moro-adores, através de sua poderosa janela global, para todo o planeta. A casa mais visibilizada do Brasil que, como um "reality show" diuturno e interminável, transformou Sérgio e seus dallagnoizinhos amestrados em heróis intergalácticos do combate à corrupção.

A Moro-ada, enfim, caiu, e não só para o Sérgio que não é meu primo, mas para toda a OrCrim da Lava Jato de Curitiba. Para desespero, imagino, do Sérgio que de fato meu primo é. Fictício, claro.

Como na piada do gãtinho dã Menuel, Sérgio Moro subiu no telhado. E proporcionou a própria queda. Subiu quando, ainda maravilhado com o presentinho que BolsoNero lhe dera como paga de promessa de campanha (propina na forma de cargo de ministro da justiça), deu início à operação "Spoofing" - aquela que prendeu o "hacker de Araraquara", Walter Delgatti, o "Assange brasileiro". De tão pesado que deve estar o espírito do sujeito (eu deveria dizer "a consciência" dele, mas é difícil acreditar que ele possa ter uma), a habitação toda veio abaixo.

Também, pudera. O que se apresentava como mansão não passava de mansarda. Um tugúrio dos mais precários.

Como sempre denunciamos e hoje temos fartas provas, com riqueza de detalhes, Moro foi preparado pelos Estados Unidos para processar, condenar e tirar de circulação o ex-presidente Lula, por razões que deixarei para crônicas futuras.

Definido o alvo, atropelou leis, direitos, sigilos, o chamado "processo legal", derruiu o estado democrático de direito, orientou e articulou ações de procuradores da República, fez permanentes escutas telefônicas de advogados do investigado, vazou informações o tempo todo para a Globo e outros veículos de informação secundários, interceptou e divulgou telefonema da presidenta da República, contribuiu para o golpe de Estado que a derrubou, interferiu na liberdade de escolha do povo brasileiro que queria Lula presidente em 2018, moveu céus e terras, estando de férias na Europa e em pleno domingo, para evitar a liberação do acusado quando lhe foi concedido um habeas corpus, e o tempo todo desrespeitou acintosamente o Supremo Tribunal Federal e outros magistrados que lhe eram superiores.

A despeito disso tudo, tudo o que conseguiu descobrir foi algo que seu preconceito, seu ódio e suas ambições pessoais o impediam de enxergar, sequer cogitar: que Lula, objeto de seus desejos, é um homem honesto.

Hoje o ex-juiz passa vergonha em âmbito internacional e amanhã certamente será processado e poderá ser preso pelos crimes que cometeu. Seu barraco desabou e foi como previra a profetisa Dilma Rousseff: sem sobrar pedra sobre pedra.

A casa caiu para você, Sérgio, que não é meu primo, nem fictício, grazadeus. E para você também, Sérgio, meu primo na ficção, que tem ódio a Lula e a tudo e a todos que ele representa.

(LUÍS ANTÔNIO ALBIERO, em Jacareí, SP, aos 21 de fevereiro de 2021).

10/02/2021

Conviccionismo: a Outra Face do Negacionismo

Acontece cada uma!

Companheirada, estou estupefato. Preciso dividir com vocês...

Uma estimada companheira, antiga faceamiga, petista aguerrida por quem nutria e sigo nutrindo profunda admiração, mas que, sei lá por que cargas d'água, tem birra com o Haddad (ela o ofende extremamente chamando-o de... "Adadi"!🤦🏻‍♂️🤭🤭🤭) postou, com o entusiasmo de um Arquimedes gritando "eureka!", que havia finalmente desmascarado o ex-prefeito da capital paulista.

Porque, seguinte.

Haddad deu entrevista, por estes últimos dias, a vários veículos de comunicação, começando pelo Brasil 247, dizendo que "no último sábado" ele teria tido uma conversa com Lula, na casa do ex-presidente, e que este ter-lhe-ia dito que era hora de ambos (vejam bem: ambos!) iniciarem um giro pelo país, com vistas às eleições de 2022. Foi quando ele, Lula, teria usado a expressão "hora de botar o bloco na rua", fato que eu mesmo comemorei aqui, neste meu modesto perfil.

Pois bem.

Hoje circulou a notícia de que Lula teria tido alta de uma breve internação que se iniciou justamente neste último sábado - três dias atrás. Uma bacteremia, nada mais preocupante. Tudo em ordem com a saúde de Lula.

Mas a pessoa - queridíssima por mim, reafirmo - extraiu desses fatos uma descoberta definitiva com potencial de provar o quanto Haddad estaria mentindo e conspirando contra Lula.

Ela já dizia, para minha estranheza, desde 2018, que Lula jamais teria indicado Haddad para ser candidato em seu lugar, quando sua candidatura se tornou juridicamente insustentável. Que teria sido mentira, uma tramóia do próprio Haddad em conluio com lideranças petistas que teriam tirado proveito da prisão e da incomunicabilidade de Lula para que o ex-prefeito pudesse se tornar candidato em seu lugar, naquelas circunstâncias de que todos bem nos lembramos, naquela fogueira danada de uma campanha extremamente curta, marcada pela comoção causada pela facada levada pelo concorrente.

Segundo a companheira, desta vez Haddad estaria mentindo porque Lula, internado no sábado, não poderia ter-se encontrado com ele, de modo que o ex-presidente não poderia ter-lhe dito sobre o "botar o bloco na rua", nem nada sobre ser o candidato etc. E que Fernando Haddad estaria apostando na morte - isso mesmo, na morte! - de Lula que, desse modo, jamais o desmentiria, de sorte que jamais saberíamos do verdadeiro teor do diálogo havido, ou supostamente havido entre eles... (😮😮😮)

Estranhei.

Não tenho nenhum dado objetivo que me permita duvidar da palavra de Haddad, que sempre me pareceu uma pessoa correta. E desde que Lula deixou a prisão política de Curitiba, já teve um milhão de oportunidades para denunciar a "tramóia", a "traição", a "conspirata" etc. Ao contrário, em todas as entrevistas que vi, e não foram poucas, Lula sempre usou de palavras amáveis para se referir ao ex-prefeito e sempre mencionou seu nome como importante pré-candidato pelo PT em 22.

Fui conferir.

A entrevista que Haddad concedeu ao 247 foi na noite de quinta-feira. Leonardo Attuch abre a entrevista dizendo "boa noite, são 21 horas do dia 4 de fevereiro..." E Lula foi internado no dia 6, sábado seguinte. Portanto, não era verdadeira a informação da companheira de que Haddad não poderia ter-se encontrado com Lula porque "no sábado" (dia 6) ele estava internado.

Eu, que não costumo duvidar da boa-fé de ninguém, muito menos da companheirada petista, fiz uma singela intervenção, num comentário em que disse a ela "relaxe" e segui explicando que a entrevista havia sido dada antes da internação, de modo que o "sábado" a que se referiu Haddad (no furo que deu ao Attuch) não poderia ser o futuro, naturalmente, mas o imediatamente anterior ou algum outro precedente.

Nossa! Uma geladeira caiu sobre minha cabeça.

Ela deletou meu comentário e me marcou para me dizer que eu não sabia quem era Haddad, a quem chamou de meu "crápula de estimação". E que se eu quisesse continuar sendo seu amigo, deveria parar de defendê-lo.

Aí veio outra, a quem sequer conheço, e iniciou uma saraivada de desaforos a mim.

Eu disse a elas que respeitava as suas convicções, já que, afinal, todos as temos, até o procuradorzinho das faces róseas da OrCrim da Lava Jato de Curitiba...

Expliquei que minha intenção era apenas repor a verdade, ainda que, pelo menos, a verdade lógico-sequencial dos calendários. E que continuava respeitando as convicções delas.

A outra, a dos desaforos, chegou a dizer que "ninguém vai internado sem estar mal antes"... E me chamou de "homo sapiens" (😱😱😱) e que eu deveria respeitar a "inteligência dos lúcidos" (😅😂🤣). E recomendou que eu "VSFD" com o "professor" (perguntei se "VSFD" significaria "Verdade Seja Falada Diariamente").

Convicções! Tão firmes que fizeram a moçoila esquecer da existência de males súbitos. E, de mais a mais, ninguém sequer ventilou a hipótese de que, enquanto esteve internado, Lula tivesse sido mantido incomunicável...

O negacionismo tem uma face oposta que é igualmente perversa: o "conviccionismo".

Enfim, cada qual que cultive as próprias convicções. Mas que o faça procurando respeitar, sempre e ao menos, a "inteligência dos lúcidos", particularmente deste "homo sapiens" que vos tecla.

(Em Jacareí, SP, aos 10 de fevereiro de 2021)

09/02/2021

Né, Filha?

Dilma foi tirada à força do poder por um golpe

Lula foi acusado, condenado e preso sem crime nem provas só para não poder ser candidato a presidente

Moro e Dallagnol são corruptos e agiram ilegalmente contra Lula

Haddad só não venceu a eleição presidencial pela fraude das Fake News

BolsoNero é um desastre como presidente

Tá difícil ter de admitir que nós sempre tivemos razão, né, minha filha?

25/01/2021

O Segredo do "Chiplasma"

Na minha infância - e lá se vão anos, décadas, caminhando para o primeiro século (sim, sou otimista) -, eu tinha dificuldade de compreender como era possível que um único ser, mesmo sendo onipresente, onisciente e onipotente, pudesse controlar cada passo, a cada segundo da vida de cada um dos - atualmente - 7 bilhões de seres humanos deste mundão de meudeus.

Isso sem contar o número incalculável dos que já haviam morrido, o controle de estoque de almas prontas para nascer - ou retornar à vida, sabe-se lá - e a infinitude de animais, plantas e demais seres vivos, das amebas às jubartes, passando pelos pernilongos (minha dúvida mais atroz, para que raios afinal servem os pernilongos?). Nem vou botar nessa contabilidade, para não tornar o raciocínio ainda mais conturbado, os possíveis seres extraterrestres.

Eu me lembro de ter ficado particularmente incomodado quando li, já pré-adolescente, na revista Família Cristã, que "nenhuma folha cai de uma árvore se não for pela vontade do Senhor".

Senhor dosducéu!

Imagine o tamanho da responsabilidade do camarada lá do alto, ter de controlar tudo, meticulosamente, milimetricamente... Não é à toa que às vezes ele dá uma cochilada e morre um bebê ou acontece uma tragédia qualquer...

Mas agora, finalmente, eu recebi a luz!

Graças à postagem do Tico Santa Cruz (ver no primeiro comentário), entendi tudo, tim-tim por tim-tim!

O segredo é o seguinte. É que temos no nosso sangue um "chip" na forma de plasma que permite ao Controlador Geral do Universo vigiar cada passo de cada um de nós e cada vírgula de nosso pensamento.

E só agora, milhões de anos depois do surgimento da vida na Terra, os seres humanos estão descobrindo isso. E culpam a China! Os comunistas! A vacina (por que não a cloroquina?!?).

Quanta bobagem! Tolos, vocês não sabem de nada.

Esse "chiplasma" sempre existiu, sempre esteve no interior de nosso organismo, nas veias dos animais, nas seivas das plantas.

Acordem, terráqueos! Camaradas, os reptilianos estão chegando!

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Link para o texto do Tico Santa Cruz (Em Jacareí, aos 25 de janeiro de 2021)

23/01/2021

Meus Investimentos

ATO I

Meu conjunto de amigos de Facebook reúne, em imensa maioria, pessoas que compartilham do meu modo de ver e viver o mundo, em especial no que tange às relações sociais, particularmente as de natureza política. Ou porque são petistas, como eu, ou esquerdistas ou, definidos ou não no espectro político, por serem os considerados "progressistas".

Aqui no meu espaço, por óbvio, expresso livremente meus pensamentos e, via de regra, encontro ressonância junto ao que chamo de faceamigos. O problema é que acabo falando para "convertidos" (não gosto dessa palavra, não para designar o que exatamente significan, porque remete inexoravelmente à ideia de religião).

Tenho consciência dessa limitação e, para tentar levar a "mensagem" (outra! 🤦🏻‍♂️🤦🏻‍♂️🤦🏻‍♂️) para além-muros (ou "além-bolha"), gasto tempo, paciência e energia em discussões em grupos de feicebuqueiros da minha amada Capivari ou de cidades da região (Americana, Rafard, Rio das Pedras, Tietê, Monte Mor), onde nem sempre o ambiente é receptivo à minha forma de pensar - especialmente nos de Capivari.

Gasto, não. Invisto! Afinal, é minha trincheira de luta, é meu ambiente de militância.

Tomo por regra não ir a perfil de quem não é meu "amigo" (a não ser os "públicos", como UOL, 247, Folha, Fórum etc.) e raramente intervenho em perfis dos "faceamigos".

Hoje foi um dia desses. Não resisti a um comentário, numa postagem que muito oportunamente minha querida amiga, colega advogada e brava companheira de luta Lurdinha Datti Marques fez sobre os malefícios hoje mais que sabidos da tal "cloroquina". Uma senhora, também conterrânea, do alto de seus 71 anos, de prenome Magda, implicou com Lurdinha porque onde já se viu ficar "pegando no pé" do "nosso" (argh!) presidente e nada falar do "lularápio" e da "anta da Dilma"!

Enviei a seguinte resposta:

************************

"Magda, com licença e com todo respeito.

A Lurdinha 'pega tanto no pé' do 'nosso' (vade retro!) presidente pela óbvia e exclusiva razão de que é ele quem, neste momento, responde pela presidência da República. Ou deveria responder, pois, bem ou mal, foi eleito para isso.

Os outros ex-presidentes a quem você se refere já com evidente preconceito e absoluta falta de respeito (incondizente com sua educação e experiência de vida) não estão mais no poder.

Lula (larápio por quê? Roubou o quê? Quando, como, onde, quanto? Quais os fatos, as datas, as provas, os processos judiciais? Nem Moro e Dallagnol, mesmo atropelando a lei, conseguiram demonstrar nada além de duas reformas de valor discutível em propriedades que nunca foram, não são, não serão e jamais seriam dele) e Dilma (anta por quê? Que autoridade intelectual tem você para tentar desqualificar alguém da estatura de Dilma?) não estão no poder há vários anos.

Lula deixou o governo ostentando altos índices de aprovação popular (em torno de 90%), tanto que elegeu e reelegeu sua sucessora - e olha o tamanho do desafio, elegeu a primeira mulher presidenta, num país machista, misógino e atrasado como o Brasil.

Dilma enfrentou de cabeça erguida toda a farsa que a derrubou e não pesa contra ela nenhuma acusação. Foi golpeada depois de terminar o primeiro mandato com o país vivendo em condição de pleno emprego (desemprego de ínfimos 4,8% em dezembro de 2014) e teve o segundo governo sabotado por gente da espécime de Aécio Neves, Eduardo Cunha e Michel Temer.

Ambos deixaram em caixa reservas de 300 bilhões de dólares, que até hoje salvam o Brasil da bancarrota.

Hoje, neste grave momento em que o mundo vive uma pandemia, temos um pré-adolescente brincando de nos desgovernar, e você - do alto de sua experiência de vida - passa a mão na cabeça do sujeito.

Seria até bonito e perdoável se fosse a avó acarinhando o neto travesso.

O problema é que esse seu 'neto' pré-adolescente tem sob sua responsabilidade vidas humanas e a última preocupação que ele demonstra é salvá-las.

Salvar vidas humanas é algo que não faz parte do raciocínio dele.

Aliás, esperar o que de quem se notabilizou por elogiar torturadores, pregar a morte de adversários políticos e por ter dito, logo que se elegeu deputado federal, trinta anos atrás, que a ditadura "devia ter matado pelo menos uns trinta mil, começando por Fernando Henrique Cardoso"?

Você pode pensar a bobagem que quiser sobre Lula, Dilma, Temer, FHC, Collor, Sarney, Figueiredo, Juscelino, Getúlio, Dom Pedro II, Dom Pedro I, Dom João VI ou mesmo sobre o índio mandão de antes da chegada dos portugueses, mas o fato é que nenhum desses está no governo do Brasil hoje.

O pré-adolescente que hoje nos desgoverna chama-se Jair Mentiras BolsoNero. A irresponsabilidade é dele.

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ATO II

Depois a Lurdinha me agradeceu e eu mesmo fiquei com a impressão de que eu houvesse praticado o chamado "mansplaning". Aproveitei para me desculpar e ampliar um pouco o meu "pitaco":

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"Ô, Lurdinha . Perdoe-me se pareceu 'mansplaning', não foi essa a intenção. Só mencionei seu nome porque a Magda se dirigiu a você. E, por sinal, você deu a ela a melhor resposta.

Minha intenção foi só comentar mesmo e aproveitar a oportunidade para passar informações aos seus leitores que, a meu ver, podem ajudar a desmistificar crenças que hoje integram o senso comum ('lularápio', 'dilmanta', essas bobagens que circulam pelas redes sociais).

Lula fez um governo excelente, Dilma idem, mas a política social de ambos despertou ódios e preconceitos porque incomodou a classe dominante, de índole inegavelmente escravagista. Por isso, era importante para essa casta derrubar a presidenta e desmoralizar Lula e seu partido.

Com apoio da mídia que a serve (aliás, os proprietários dessa mídia integram a casta), os que verdadeira e historicamente mandam neste país (os que detêm o poder econômico) conseguiram seu intento, no plano da narrativa.

Levou anos, mas é fato que a narrativa deles venceu, ou está vencendo até aqui.

Onde eles não vencem e jamais vencerão é no plano dos fatos. E os fatos expõem que Lula nada "roubou" (foi absolvido em todos, repito, TODOS os processos que não passaram pelas mãos sujas de Sérgio Moro - aliás, todos os processos só se iniciaram cinco anos depois que ele já havia deixado a presidência) e Dilma é uma mulher intelectualmente preparada.

Zombam dela, até hoje porque ela disse, num evento, de improviso, que 'ainda não temos tecnologia para estocar vento', como se isso fosse realmente um absurdo. Ora! Dilma tem formação superior em economia, com especialização em minas e energia. Antes de ser ministra (das Minas e Energia e, depois, chefe da Casa Civil), foi secretária de Minas e Energia do estado do Rio Grande do Sul, no governo de Alceu Collares, ao tempo em que o Brasil vivenciou o terrível 'apagão'.

E foi graças à competência dela e experiência na área que o Rio Grande do Sul foi o único estado brasileiro que escapou do apagão, porque ela havia criado as condições que evitaram a situação.

E 'estocar vento' nada mais é que uma forma simplificada de se referir ao armazenamento de energia eólica - coisa que, à época da sua fala, a multinacional Tesla vinha investindo milhões de dólares em pesquisas. E olha que ela disse 'ainda não temos' essa tecnologia disponível.

Outra fala que repercute até hoje é sobre a 'saudação à mandioca'.

Ela estava falando em tom de galhofa na abertura dos jogos indígenas e se dirigia ao governador Wellington Dias, do Piauí, que é de origem indígena e tem por apelido justamente "Índio".

Ela se referiu à histórica capacidade dos indígenas brasileiros que, muito antes da chegada dos portugueses, já haviam desenvolvido tecnologia para cultivo e consumo da mandioca, sobretudo para driblar a venenosa 'mandioca brava'.

E ela 'saudou' a mandioca exatamente como, nos nossos tempos de infância, saudávamos a cana-de-açúcar em desfiles cívicos em Capivari.

E outra fala 'polêmica' foi quando ela mencionou que 'trinta por cento de trinta por cento não são trinta por cento, mas nove por cento'. Uai, qual o resultado de 30% x 30% ??? Que respondam os matemáticos!

E, por último, a famosa 'a gente não estabelece meta, porque quando atinge a meta, a gente dobra a meta'. Ora, qual a dificuldade de compreensão?

Na verdade, ela estava se referindo à imprecisão de estabelecer determinada meta quando se sabe que, atingida esta, estabelece-se o dobro do atingido como nova meta.

Ela falava de 'meta em aberto'.

É fato, porém, que discurso não é o forte dela, ela às vezes tropeça nas palavras, não completa o raciocínio (completa no próprio pensamento e não o expõe; quem nunca?), mas chamá-la de 'anta' revela mais do caráter de quem assim a trata do que da própria Dilma.

Agora, compará-la ao limítrofe que nos desgoverna, aí já é demais, é inaceitável. É absoluta falta de noção e de senso de ridículo, 'data venia'..."

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(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, 23 de janeiro de 2021)

13/12/2020

Nós Contra Eles

Têm razão os que atribuem ao Petê a culpa pelo divisionismo que caracteriza o país nos últimos quinhentos anos, pelo menos.

Primeiro, o Petê criou o homem, a quem chamou de Adão. De sua costela, fez a mulher, Eva. Depois, criou a ideologia de gênero e foi misturando tudo, Adão e Eva, Adão e Evo, Eva e Ada, Eva e Adão, essa pouca vergonha toda. Começou assim a suruba de letrinhas que no princípio era só LGBT, mas que, com o tempo, ganhou um QI a mais.

Depois, um índio barbudo e de nove dedos, barrigudinho e com fala rouca, incitou seus companheiros que passavam o tempo vagabundeando peladões pela mata verde de Pindorama a resistirem aos navegantes portugueses. Foram dizimados por estes e, para felicidade geral da Nação recém-inaugurada, acabou aquela divisão maléfica introduzida pelo Petê do "nós versus eles".

Mas a petezada não se contentava com a paz social reinante e mandou buscar negros na África, para escravizá-los e criar assim, artificialmente, mais uma divisão: a "senzala" contra a "casa grande".

E assim tem sido até hoje.

O Petê, por exemplo, foi que inventou que apenas homens ricos e proprietários de terras poderiam votar, só para incitar a sociedade a lutar pelo voto universal, incluindo pobres, mulheres, analfabetos, essa rempa toda. E negros, claro - que era para sustentar a falsa ideia de que havia racismo no Brasil. Racismo que hoje em dia ganhou até sobrenome, "estrutural", mas sabemos que isso não existe em nosso país, é mito.

Foi o Petê que instigou João Goulart a falar em reforma agrária, e isso apenas para despertar a ira dos conservadores e dos militares que, patrioticamente, se viram obrigados a combater o comunismo e assim conservar seus privilégios conquistados pela meritocracia e pelo suor da graça divina.

E também foi o Petê que criou a classe trabalhadora para brigar com patrões honestos e justos por aumentos salariais abusivos, cestas básicas, férias remuneradas, décimo terceiro, vale-transporte e outras mamatas do gênero.

Enfim, esse Petê tudo o que faz desde os primórdios é dividir a sociedade, apenas para ter uma falsa bandeira pela qual possa fingir lutar e com essa estratégia ganhar eleição após eleição, enganando os incautos, aos quais compra o voto com bolsa-família e pão com mortadela.

Tem sido assim desde que o cacique Nuvem Vermelha do B, um aborígene apodado Lula, venceu a primeira eleição entre indígenas, bem antes da chegada dos europeus, lá pelo ano mil quatrocentos e nove dedos - o tempo, àquela época, era contado em dígitos que iam sendo decepados do líder máximo da indiada quando se completava um período ânuo -, e estabeleceu essa hegemonia política petista que vige até hoje.

12/12/2020

Mas e o PT?

Na página da Gleisi Hoffmann, minha resposta ao comentário abaixo (imagem):

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Verdade, Patrick Portugal . Você tem toda razão.

Primeiro, o PT criou o homem, a quem chamou de Adão. De sua costela, fez a mulher, Eva. Depois foi misturando tudo, Adão e Eva, Adão e Evo, Eva e Ada, Eva e Adão. Começou assim aquela suruba de letrinhas que no princípio era só LGBT, mas que, com o tempo, ganhou um QI a mais.

Depois, um índio barbudo e de nove dedos, barrigudinho e com fala rouca, incitou seus companheiros que vagabundeavam peladões pela mata verde de Pindorama a resistirem aos navegantes portugueses. Foram dizimados por estes e, para felicidade geral da Nação recém-inaugurada, acabou aquela divisão maléfica introduzida pelo PT do "nós versus eles".

Mas a petezada não se contentava com a paz social reinante e mandou buscar negros na África, para escravizá-los e criar assim, artificialmente, mais uma divisão: a "senzala" contra a "casa grande".

E assim tem sido até hoje.

O PT, por exemplo, foi que inventou que apenas homens ricos e proprietários de terras poderiam votar, só para incitar a sociedade a lutar pelo voto universal, incluindo pobres, mulheres, analfabetos, essa rempa toda. E negros, claro - que era para sustentar a falsa ideia de que havia racismo no Brasil. Racismo que hoje em dia ganhou até sobrenome, "estrutural", mas sabemos que isso não existe em nosso país, é mito.

Foi o PT que instigou João Goulart a falar em reforma agrária, e isso apenas para despertar a ira dos conservadores e dos militares que, patrioticamente, se viram obrigados a combater o comunismo e assim conservar seus privilégios conquistados pela graça divina e meritocracia.

E também foi o PT que criou a classe trabalhadora para brigar com patrões honestos e justos por aumentos salariais abusivos, cestas básicas, férias remuneradas, décimo terceiro, vale-transporte e outras mamatas do gênero.

Enfim, esse PT tudo o que faz é dividir a sociedade, apenas para ter uma falsa bandeira pela qual possa fingir lutar e com essa estratégia ganhar eleição após eleição, enganando os incautos, aos quais compra o voto com bolsa-família e pão com mortadela.

Tem sido assim desde que um aborígene apodado Lula venceu a primeira eleição entre indígenas, bem antes da chegada dos europeus, lá pelo ano mil quatrocentos e nove dedos - o tempo, àquela época, era contado em dígitos que iam sendo decepados do líder máximo da indiada quando se completava um período ânuo -, e estabeleceu essa hegemonia política petista que vige até hoje.

02/11/2020

"Fez Sem Roubar", Isso Sim

Sebastião é um homem simples de minha cidade que se ofereceu em grupos locais no Facebook para segurar bandeira em favor de qualquer candidato que pudesse pagar-lhe algo, já que está desempregado.

Não demorou e apareceram os debochadores, os que não têm respeito ao outro, e Sebastião acabou se revelando eleitor de Lula, a quem é grato por ter-se beneficiado das políticas públicas empreendidas pelo ex-presidente.

O bullying contra Sebastião só cresceu e ele caiu na armadilha de "reconhecer" que "Lula roubou, mas fez".

Enviei-lhe o seguinte comentário:

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Sebastiao, meu caro. De uma vez por todas, LULA NÃO ROUBOU NADA!

Lula é a pessoa mais investigada de toda a história deste país, desde que ele surgiu no final dos anos 70 desafiando o regime militar.

Lula, desde então, vem sendo vigiado vinte e quatro horas por dia.

E, a despeito disso, NADA ENCONTRARAM de irregular em contas, no Brasil ou no exterior, nem de Lula, nem da falecida esposa, nem dia filhos, noras, assessores, aliados, filiados, parentes, amigos. NADA!

Você viu alguma operação da polícia Federal- ou qualquer outra polícia, do Brasil ou do mundo - que tenha encontrado dinheiro, em real, dólar, euro ou qualquer moeda do mundo - escondido em algum apartamento, como acharam com Geddel Vieira?

Você viu alguma operação que tenha encontrado alguma joia valiosa, algum quadro de grande valor, algum carrão com Lula ou com algum filho dele, irmão, parente, assessor, amigo próximo ou aliado político, como encontraram com Sérgio Cabral?

Você viu encontrarem terrenos, prédios, apartamentos em nome de Lula, seus parentes ou "laranjas", como encontraram com BolsoNero e seus filhos?

Você viu alguma operação policial que tenha encontrado dinheiro em conta-corrente, no Brasil ou no mundo, em nome de Lula, da falecida esposa, de filhos, irmãos, parentes, assessores, aliados, que fosse dinheiro irregular, fruto de corrupção ou qualquer outro crime, como encontraram com Eduardo Cunha?

Tudo o que encontraram foi o que a empresa de Lula arrecadou com as palestras que Lula concedeu mundo afora, pelas quais cobrava o mesmo valor que cobram Bill Clinton, Barack Obama e outros ex-chefes de Estado do mundo.

Os que se posicionam como inimigos de Lula jamais aceitarão isso, porque são, antes de tudo, preconceituosos e não admitem que Lula possa fazer palestra, possa atrair a atenção de pessoas mundo afora que pagam para vê-lo falar.

E recentemente, há menos de quinze dias, a juíza da Lava Jato de Curitiba concluiu que as palestras de fato ocorreram (estão todas registradas em vídeos), são legítimas, os valores arrecadados estão declarados à receita e foram recolhidos os valores devidos ao imposto de renda.

De todas as bobagens de que acusaram Lula, ele só foi condenado por dois fatos - apenas DOIS! - que a rigor não constituem crimes.

Ele foi condenado pela reforma que a OAS fez no apartamento dela própria, que nunca foi de Lula, não é dele, jamais será e jamais seria. Foi condenado porque o juiz que o condenou já havia acertado ir para o cargo de ministro da justiça do candidato que, com a prisão de Lula, venceria a eleição, como de fato venceu. Como, de fato, BolsoNero levou o corrupto Sérgio Moro ao ministério da justiça, com promessa de, adiante, ir ao STF (ele acabou foi ganhando um belo pé na bunda!).

E depois foi condenado, numa sentença absolutamente idêntica à do apartamento (um "copia e cola") por outra reforma, aquela no sítio dos filhos do Jacó Bittar, que estão vendendo o sítio neste momento. Ou seja, outra reforma numa propriedade imóvel que nunca foi, não seria e jamais será de Lula!

Agora, RACIOCINE.

Se esse José Henrique Mentiras BolsoNero Russo fosse o presidente da República, como Lula foi, por oito anos, período em que administrou mais de DEZ TRILHÕES de reais, e se esse José aí fosse corrupto como ele diz que Lula é, você acha que esse José Henrique teria se contentado em receber, no fim das contas, apenas DUAS REFORMAS em propriedades que nunca foram, não são e jamais seriam ou serão dele?

Por outra, será que Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e todos os delegados, promotores, procuradores e juízes do Brasil inteiro são tão incompetentes que não conseguiram encontrar nada além dessas duas reforminhas?!?

Pois é, cara!

A verdade é dura, é pesada, principalmente quando vai contra tudo e tanto que se mentiu contra Lula, mas nós temos que ter a força, a hombridade, a coragem de dizer a quem puder nos ouvir:

LULA É HONESTO!

Dizer que Lula "roubou mas fez" é cair na armadilha deles, no jogo deles, porque é exatamente isso que eles querem que você diga: que Lula fez (porque de fato foi o presidente que mais fez pelo povo brasileiro, sobretudo pelos mais pobres, e isso eles não têm como negar), mas "roubou" (portanto, é desonesto e merece ir para o lixo da história), quando na verdade LULA NADA ROUBOU!

A Lava Jato foi um imenso ATESTADO DE HONESTIDADE a Lula.

O resto é preconceito, é despeito, é inveja, é pequenez de espírito, é ódio.

15/10/2020

E se o Arapiraca for Campeão?

Juiz distraído de Arapiraca anulou sua própria sentença que cancelava um dos 33 títulos de Doutor Honoris Causae conquistados no Brasil e no mundo pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Culpou um clique "involuntário" e deletou do mundo jurídico a sentença que cassava o título porque um futuro condenado não era digno de tal honraria.

Fico imaginando se idêntica homenagem a universidade arapiraquense resolvesse conceder a Nelson Mandela, Jesus Cristo ou Tiradentes, o que faria o obscuro magistrado. Certamente faria o mesmo, considerando que tais personalidades históricas alguma devem ter aprontado para merecerem a prisão, a cruz e a forca.

Na música "E Se...", Chico Buarque e Francis Hime citam em criativos versos diversas situações quase impossíveis de acontecer, como o oceano incendiar, cair neve no sertão, urubu cocorocar, o Botafogo vencer um campeonato e, pasmem, o Pantanal virar pirão!

Pois é. Algumas hoje soam como profecia.

Por exemplo, o ASA, célebre time de Arapiraca, uma das principais cidades de Alagoas, já foi campeão estadual algumas vezes - até já cometeu o horrível feito de tirar o glorioso Palmeiras de uma edição qualquer da Copa do Brasil! -, mas o Pão de Açúcar ainda não desmanchou, o sol não raiou à meia noite, o carnaval não caiu em abril (não se sabe quando será o primeiro pós-pandemia), embora já tenha tido ex-presidente que garantiu mais do que bife no jantar e sopa para peão, cujo estômago hoje certamente ronca vazio de alimento e cheio de saudades.

O que ninguém poderia imaginar é que um juiz de Arapiraca anulasse um título de Honoris Causae concedido ao ex-presidente campeão no combate à fome e na construção de universidades, para citar apenas dois de seus feitos que antes jamais sequer passariam pela imaginação fértil de gênios como Chico e Hime e que lhe garantiram o justo e devido reconhecimento da Universidade Estadual de Alagoas.

Muito menos que o mesmo juiz, abdicando de sua condição divina - ora, ora, quem diria!? -, anulasse a sua própria sentença, sem ao menos ter sido provocado por embargos declaratórios, não por reconhecer a esdruxularia e a inconstitucionalidade que praticou, já que passou a boiada sobre a autonomia universitária, mas para minimizar a repercussão nacional negativa que o caso teve. Sobretudo depois que se descobriu que Sua Excelência, esse lentíssimo juiz, está mais para Íbis, time de futebol do interior de Pernambuco que ganhou a fama de o pior do planeta, do que para o consagrado ASA de Arapiraca.

(LUÍS ANTÔNIO ALBIERO, em Jacareí, SP, 15 de outubro de 2020)

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E SE...

(https://youtu.be/NmXwfI1VQ9M)

se o oceano incendiar

E se cair neve no sertão

E se o urubu cocorocar

E se o botafogo for campeão

E se o meu dinheiro não faltar

E se o delegado for gentil

E se tiver bife no jantar

E se o carnaval cair em abril

E se o telefone funcionar

E se o pantanal virar pirão

E se o Pão-de-Açúcar desmanchar

E se tiver sopa pro peão

E se o oceano incendiar

E se o Arapiraca for campeão

E se a meia-noite o sol raiar

E se o meu país for um jardim

E se eu convidá-la para dançar

E se ela ficar assim, assim

E se eu lhe entregar meu coração

E meu coração for um quindim

E se o meu amor gostar então de mim

( E se o oceano incendiar

E se cair neve no sertão

E se o urubu cocorocar

E se o botafogo for campeão

E se o meu dinheiro não faltar

E se o delegado for gentil

E se tiver bife no jantar

E se o carnaval cair em abril

E se o telefone funcionar

E se o pantanal virar pirão

E se o Pão-de-Açúcar desmanchar

E se tiver sopa pro peão

E se o oceano incendiar

E se o Arapiraca for campeão

E se a meia-noite o sol raiar

E se o meu país for um jardim

E se eu convidá-la para dançar

E se ela ficar assim, assim

E se eu lhe entregar meu coração

E meu coração for um quindim

E se o meu amor gostar então de mim

23/07/2020

Ser Filho, Ser Pai

Julho é mesmo um mês decisivo em minha vida, para o bem e para o mal.

Foi em 19 de julho do ano da graça de 1968, "o ano que não terminou" (título do livro do jornalista Zuenir Ventura, sobre os anos de chumbo), que meu pai faleceu, aos quarenta anos de idade. Bota chumbo nisso! Eu tinha apenas quatro e meio.

No mesmo dia, só que em 1975, foi-se o pai dele, meu nono Antônio Albiero, o "Tone", e em 16 do mesmo mês, no ano seguinte, foi-se minha nona Natalina Pellegrini, a "Nina". Em 1974, no primeiro dia de julho, já se havia partido meu avô materno, Roque Alexandre Feliciano, o "Roquinho".

Passada essa onda nefasta, porém, os julhos seguintes só me reservaram alegrias. Em 20 de julho de 1991 eu e Luciana nos casamos e em 23 do mesmo mês, do ano de 1997, nasceu meu filho Estêvão.

Hoje, portanto, 23 de julho de 2020, meu filhote está completando 23 anos de idade. Aquele bebê que dormia em minha barriga, então não tão proeminente como a que hoje ostento, já é homem feito.

Por toda minha infância eu senti a ausência de meu pai, e sinto até hoje, a despeito das tão poucas, mas muito boas lembranças que trago dele. Já escrevi a respeito, numa crônica.

A ausência da figura paterna despertou em mim, desde muito cedo, o desejo de ser pai. Minha primeira filha, Mariana, porém, não sobreviveu a um parto prematuro. Resistiu bravamente por 24 dias, inteiramente vividos na UTI neonatal do hospital Maternidade, de Campinas. Ela teria hoje 25 anos de idade.

Sua perda reforçou em mim o desejo de ser pai de fato e eu sonhava não ser um pai qualquer. Queria ser o melhor pai do mundo, como eu imaginava que teria sido o meu, Ildefonso, de apelido "Nego", de cujo caráter tudo o que sei, pela unanimidade dos que o conheceram, é que ele foi "um homem bom".

Recolho esses testemunhos dos que com ele conviveram como minha herança, que ele me transmitiu sem que eu percebesse. Não houve tempo, afinal, de ele me passar de modo direto alguma lição de vida. Não me lembro de nenhum conselho e de nenhuma repreensão que ele me tenha feito. Recebo o legado, portanto, pela via indireta dos que o conheceram e que se resume a essas três palavras, "um homem bom". E tento transferir essa preciosidade ao meu filho.

Reconheço que há vezes, porém, em que perco oportunidades de fazê-lo de modo mais concreto, por palavras ou por atitudes.

Lamento não ter sido aquele pai que leva o filho ao clube, ao futebol, sequer para assistir a jogos, como eu adorava na adolescência, paixão que arrefeceu depois que me casei e fui brindado com a paternidade. Algumas vezes o levei a bailinhos de carnaval e houve uma única ocasião em que pescamos juntos. À praia, duas vezes - se não estou errando nas contas.

Definitivamente, não sou o melhor pai do mundo. E certamente há vezes em que chego mais perto dos piores nessa mágica experiência da paternidade, mas tenho certeza de que me esforço para ser o que me parece o ideal. Tenho consciência de que não consigo.

Hoje Estêvão comemora seus 23 anos de idade e eu estou a mais de duzentos quilômetros de distância dele, que ficou em Americana, onde faz o curso de Jogos Digitais na Fatec. Distância que nos finais de semana eu percorro para nos juntarmos na casa de Capivari, realidade que já não é mais possível para os avós Apparecida, minha mãe, a"vó Cida", Maria do Carmo Janotta, "vó Carmo", e Geraldo Falcirolli, o "vô Lalo", meus sogros, já falecidos, muito menos para meu pai, que meu filho passou muito longe de conhecer e, portanto, jamais teve a oportunidade de chamar de "vô Nego", tampouco para a irmãzinha Mariana.

Eu sonhava, para ele, uma USP, uma Unicamp ou Unesp, ou alguma das federais do país, e ele poderia tranquilamente ter ido para qualquer delas. Eu desejava que ele tivesse a convivência intelectual, cultural e política que o ambiente universitário pode proporcionar, que em parte eu vivenciei nos tempos da boa e velha Unimep, instituição privada de Piracicaba em que fiz o curso noturno de Direito, de boa qualidade, é verdade, embora distante da excelência que se alardeia das públicas. Ele foi pragmático e optou pelo curso que ele quis, e ponto final.

Ao contrário de me desgostar, a escolha me fez ver que meu filho tem personalidade, que sabe o que quer e não se preocupa com veleidades. Estou certo de que ele tomou o melhor caminho.

Tudo isso para dizer, neste dia de seu aniversário, que eu estou, aliás, que sou muito orgulhoso do meu filho. Dizer a ele que sempre poderá contar comigo para o que der e vier. E pedir-lhe perdão pelas vezes em que, querendo ser o melhor pai do mundo, acabei sendo ou me aproximando do contrário.

E que amo muito você, meu filho.

11/07/2020

Perdoo-te por te Trair

O editorial do jornal "O Globo", publicado ontem (*), em que a rede empresarial de comunicação expõe sua pretensão de "perdoar o PT", é de um cinismo e de uma hipocrisia que provocam engulhos em qualquer ser minimamente inteligente.

No fundo, no fundo, a empresa reconhece que o Partido dos Trabalhadores representa, de fato e de direito, um imenso contingente da população brasileira, que vai muito além dos 30% mencionados no editorial, que, em reiteradas pesquisas, há décadas vêm expressando ter o PT como sua preferência eleitoral. Um público consumidor de sua produção que ela perdeu e tenta recuperar.

Trinta por cento não vencem uma eleição, de modo que a votação obtida pelo partido desde sua fundação, desde sua primeira participação numa eleição presidencial - a primeira ocorrida após longo período ditatorial de quase um quarto de século -, é demonstrativa de sua força.

A partir das célebres eleições de 1989, o PT disputou todos os segundos turnos havidos (1989, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018), dos quais venceu quatro sucessivos, e foi segundo colocado nos dois únicos pleitos resolvidos em primeiro turno (1994 e 1998).

Ao longo dessas quatro décadas, PT resistiu a avalanches como o mensalão, invenção de Roberto Jefferson que mereceu entusiasmado apoio da Rede Globo e contou com o beneplácito - ou "maleplácito", ficaria melhor - da maioria dos ministros do STF, e da Lava Jato, em que a mesma emissora incensou e transformou em herois um juiz e seus procuradores amestrados e corruptos, cujas reais e malévolas intenções, a pouco e pouco, estão vindo à tona.

Os donos da empresa, conhecida especialmente pela chamada "Vênus Platinada", finalmente se deram conta da amplitude e força do partido ao qual, desde sua fundação, tem-se dedicado a atacar impiedosamente. Lula e suas mais de quatrocentas horas de difamação no Jornal Nacional que o digam.

O editorial, portanto, não é um "perdão" que, sem autoridade alguma, pretende "conceder" ao partido que sempre odiou e continuará odiando, mas uma espécie de pedido envergonhado de desculpas ao povo brasileiro.

O pedido enrustido de perdão da Globo é uma tentativa arrogante e oportunística de recuperar essa parte qualificada do povo brasileiro, representado pelo PT, que são os filiados, os simpatizantes e os eleitores do partido, que não são cegos e sabem o que a Globo fez nos verões, outonos, invernos e primaveras das quatro décadas passadas - e nas cinco anteriores.

É, portanto, uma obra de ficção que pouco oferece para ser levada a sério, o que me fez lembrar de "Perdoa-me por Me Traíres", do genial dramaturgo de direita Nelson Rodrigues.

Em "O Anjo Pornográfico", biografia de Rodrigues escrita por Ruy Castro, há uma passagem em que o autor de "Véu de Noiva", "Boca de Ouro" e outras obras de igual importância afirma que "para salvar a platéia é preciso encher o palco de assassinos, adúlteros, de insanos e, em suma de uma salada de monstros. São os nossos monstros, dos quais eventualmente nos libertamos, para depois recriá-los. (Nelson Rodrigues, O Anjo Pornográfico, pág.273.)"

Parece que a Globo se deu conta dos monstros que ao longo do tempo criou, responsáveis pela conjuntura política atual em que a empresa vê ameaçada sua sobrevivência, uma "salada de monstros" que preparou e temperou com esmero e agora não sabe como devorar.

Na letra de "Mil Perdões", Chico Buarque de Holanda, outro gênio da literatura nacional, este de esquerda, criou versos em que diz "Te perdoo porque choras / Quando eu choro de rir / Te perdoo / Por te trair".

O editorial d'O Globo, como a peça de teatro e a letra da música, é uma ode ao cinismo e à hipocrisia - que se resume no título deste texto, "perdoo-te por te trair". É, de fato, como se "perdoasse" o povo brasileiro pela traição que a empresa, reiteradamente, ao longo de mais de nove décadas, vem praticando contra quem a sustenta, que é representado na política pelo Partido dos Trabalhadores. Que - digo por mim, não pela instituição, mas sei que falo por milhões de petistas - não perdoa a Globo pelas mentiras contadas e estragos causados à Democracia do país.

(*) https://oglobo.globo.com/opiniao/e-hora-de-perdoar-pt-24527685

(Luís Antônio Albiero, em Capivari, SP, 11 de julho de 2020)

21/05/2020

Duas Palavrinhas

Permita-me duas palavrinhas, por obséquio.

"Ah, mas você passa pano para seu bandido de estimação" - é o que estou cansado de ouvir e ler no esgoto aberto que são as redes sociais. Não, meu amigo, não passo pano para bandido algum, nem para ninguém - mas faço questão mesmo é de não passar pano para a injustiça. Se o preço que hei de pagar por empreender uma luta diuturna contra as injustiças - tem sido assim há meio século! - é ser chamado de "fanático", sim, pagarei com gosto. Não concordo, mas sucumbo. Chame-me como quiser.

Tenho para mim que o fanatismo é fruto da cegueira, e cego é o que não sou. Fanático é o sujeito que acredita no que não tem expressão concreta na realidade. Se você me diz que fulano é "ladrão" e eu quero que você me informe dados, situações, datas, horários, locais, objetos roubados por esse seu "ladrão", e você não é capaz de me dizer, acho melhor você reavaliar quem dentre nós é, de fato, o "fanático". Pois se eu peço dados objetivos e você me vem como frases prontas, "memes" produzidos em gabinetes de ódio e usinas de "fake news", repetições genéricas do que a mídia inculcou lenta, gradual e seguramente em seu frágil espírito, em doses homeopáticas, e você não foi capaz de raciocinar a respeito, não teve forças para enfrentar o leão, tenho para mim que o fanático, sem aspas, é você.

"Ah, mas quando chamo fulano de ladrão, é minha opinião, respeite". Respeito uma ova! Acusação, ofensa, injúria, não é "opinião", não é "liberdade de expressão". É crime. Cadeia, velho - ou velha! Código Penal, artigo 140, pena de detenção, de um a seis meses, ou multa, sem contar a indenização por dano moral, custeio do seu advogado, do advogado contrário, das custas do processo. Prepare o bolso.

Suponhamos que você se chame João, ou Joana, e eu resolva sair por aí dizendo que "João é ladrão", ou que "Joana é uma ladra", eu posso? Você, João ou Joana, aceitaria assim, na boa? "Ah, é liberdade de expressão, é só uma opinião" - você concordaria? Pois é, cara!

Claro, você já percebeu que estou falando de Lula. Bingo!

Sim, você tem direito de criticar o ex-presidente pelas políticas públicas que empreendeu quando governou o país. Pode achar que o bolsa-família foi um exagero, ou que foi tímido demais, que a política econômica foi equivocada, que não deveria priorizar o combate à fome, mas privatizar o que FHC não conseguiu, que houve excesso de republicanismo, que não deveria ter melhorado as condições para atuação da Polícia Federal, nem dado tanta liberdade ao Ministério Público, por exemplo. Tudo bem. Aceitável. Críticas de ordem política. Mas não pode negar as evidências, os dados oficiais, as estatísticas. O Brasil melhorou muito durante os oito anos de seu governo - e continuou melhorando com Dilma, até que a golpearam. Melhorou sobretudo sua imagem no cenário internacional. O Brasil passou a ser respeitado. Tínhamos um presidente que nos causava orgulho.

"Ah, mas era a velha política do 'rouba mas faz'", objetará você. Cara, você é cheio dos "ah mas", hein! Voltemos ao início: o que foi que o cara, esse "ladrão" da sua imaginação, roubou? Quando? Como? Onde? Cadê as provas?

"Ah, mas ele foi condenado e a sentença foi confirmada por duzentos e cinquenta e sete tribunais". Vou lhe explicar. Didaticamente.

Lula não foi condenado por ter "roubado" coisa alguma. Foi condenado por uma reforma que ele não pediu, não recebeu e jamais aceitou promessa de receber (são os três verbos do núcleo do tipo penal do crime de corrupção passiva; se quiser, depois eu lhe explico), num apartamento que nunca foi dele, no qual ele jamais pernoitou por uma noite sequer - nem ele, nem a esposa, nem qualquer dos filhos, nem amigos, parente algum, nem assessor, nem inquilino. Um apartamento que não era, nunca foi, não será e jamais seria dele (e com o sítio a história foi basicamente a mesma). Nem dele, nem de qualquer "laranja" que ele pudesse ter indicado. Um apartamento triplex, num prédio merreca de classe média, com 70m2 em cada pavimento, sendo que o superior é o "telhado" do edifício, onde há uma pequena banheira a que chamam de "piscina" e um singelo equipamento para churrasco. Só! Não vou entrar em detalhes técnicos a respeito das aberrações jurídicas cometidas pelo juiz corrupto que vendeu essa sentença em troca do cargo de ministro da justiça e promessa de galgar ao STF - sou profissional do direito há trinta anos, li o processo inteiro, sei o que digo e já me cansei de escrever a respeito.

Não tem roubo algum e me espanta que você acredite mesmo que Lula seja um corrupto se, tendo governado o país por oito anos - ou seja, tendo administrado orçamentos que somaram mais de dez trilhões de reais - ele, o "chefe da quadrilha", saísse do "maior caso de corrupção" das galáxias com duas reforminhas em propriedades que não foram e jamais seriam dele... Se essa sua "convicção" não for fanatismo antilulista, me explique o que é, então.

Bem, aí veio a pandemia. Chegou ao Brasil quando Lula estava na Europa. Ele voltou em 12 de março. Fechou-se com a namorada em seu apartamento, em São Bernardo. Está lá, de quarentena, cumprindo o isolamento social. Desde então, já concedeu - e fez! - dezenas de entrevistas. Em todas elas - rigorosamente em todas, sou testemunha - ele se solidarizou com os familiares dos mortos, expressou seus sentimentos e sua indignação com a falta de rumos de um país que, em plena pandemia, se dá ao luxo de não ter um ministro da saúde no comando das ações. Nem ministro, nem presidente.

Na somatória geral das entrevistas, Lula deve ter usado algumas dezenas de milhares de palavras de conforto, de consolo, de esperança, de carinho com as vítimas desse inimigo invisível e perigoso que é o Covid-19 - como se já não bastasse o "Bovid-17", o "bolsonarismo", esse fascismo à brasileira que tanto mal vem fazendo ao país desde antes da ascensão do próprio BolsoNero.

Em meio a essas dezenas de milhares de palavras - todas elas rigorosamente ignoradas pela mídia comercial que atende pelos nomes de TV Globo, GloboNews, outras emissoras e jornais -, eis que essa mídia velha, cruel e injusta, conseguiu caçar, como num gigantesco jogo de caça-palavras, duas palavrinhas, "ainda bem", empregadas por Lula ao dissertar sobre a importância do SUS e da presença do Estado neste trágico momento da pandemia, e fez delas um escândalo.

Num momento em que todas as pessoas que raciocinam neste país e no planeta Terra se questionam sobre o destino da Humanidade no período que se iniciará após a pandemia, se sairemos dela mais humanos, mais solidários, ou se tudo voltará ao canibalismo egoístico de antes, Lula pontuava sobre a importância do Estado para implementar políticas públicas que promovam a igualdade, a justiça social. Nesse contexto, o exemplo do SUS, fundamental para o atendimento universal da população. Do mais desafortunado ao bilionário, todos, brasileiros ou estrangeiros aqui residentes, têm direito de recorrer ao sistema único de saúde, que tem lá seus defeitos, que enfrenta dificuldades históricas, mas que é um exemplo para o mundo todo. "Ainda bem" que temos a oportunidade de enxergar a importância do SUS, da presença do Estado na vida do povo. Foi isso que Lula disse! Não "quis dizer", disse. Nem precisava, mas ele conseguiu dar mais uma demonstração de sua altivez, de sua condição de estadista, e pediu desculpas pelo escorregão que não cometeu.

Achar que Lula estaria enaltecendo a desgraça do povo é ignorar todo a história de vida dele, que desde 1978 se confunde com a vida de todos os brasileiros.

Aí vejo você, João, ou Joana, compartilhando uma "charge" em que num quadro BolsoNero aparece sobre uma pilha de cadáveres dizendo "e daí?" e, ao lado, outro, semelhante, em que Lula diz "ainda bem". Não dá, bicho.

As duas palavrinhas que queria lhe dizer são exatamente essas: "ainda bem".

Ainda bem, meu caro, minha cara, que você me deu a oportunidade de vislumbrar o fanático antilulista que se esconde por trás dessa sua carinha pretensamente inteligente. Cansei, não tenho mais "saco" para fanatismo como esse seu. Adeus.

(Luís Antônio Albiero, em São José dos Campos, 21 de maio de 2020).