Em primeiro lugar, os governos servem para organizar a vida em sociedade.
Imagine que o mundo estivesse começando agora e se resumisse ao pessoal do seu bairro, da sua escola, ou mesmo da sua cidade, e que, por óbvio, não houvesse governo, nem sequer noção do que isso pudesse ser, por absoluta falta de experiência. Sim, claro, seria uma bagunça, um verdadeiro caos.
Feita a organização da sociedade, por meio de constituições, leis, regras de toda sorte, ainda resta identificar: para que servem os governos, além de organizar a sociedade?
A sociedade é um conjunto gigantesco de pessoas que convivem com suas diferenças, com suas deficiências, com suas virtudes e seus defeitos. Há os fracos e há os fortes, há os que têm mais inteligência e os menos dotados, há os sãos e há os doentes.
E há os ricos e há os pobres. Há os pobres remediados e há os extremamente pobres, que mal têm o que comer. E há os muito, muito ricos, que sequer enxergam os mais pobres, de qualquer nível.
Penso que a mais importante razão de existirem os governos é garantir que todos, indistintamente, possam viver, e viver com um mínimo de dignidade, o que aponta necessariamente para dar maior atenção aos pobres.
Em tempos de eleição é preciso partir dessa premissa para bem escolher o governante: os governos têm por finalidade organizar a vida em sociedade de modo a permitir a todos viverem condignamente.
Governos não existem espontaneamente, não surgem do nada. A Humanidade desenvolveu a Política como forma pacífica de resolver os conflitos e inventou a Democracia para que seus governantes fossem escolhidos por meio da consulta à vontade de todos e para que todos pudessem participar das decisões e delas se beneficiar.
Estamos às vésperas da realização do segundo turno da eleição mais importante de toda a História do Brasil.
É nosso dever avaliar qual dos dois candidatos, qual dos grupos políticos que disputam a eleição está efetivamente preocupado com o objetivo de organizar a sociedade de modo a garantir vida digna para todos.
O atual presidente já deu mostras mais que suficientes de que não se importa em criar empregos, por exemplo. Chegou a dizer, num de seus arroubos verborrágicos, que "eu não crio emprego", o que é apenas meia verdade. De fato, quem "cria" empregos são as empresas, a depender, porém, das demandas da sociedade.
Um bom presidente "cria", sim, empregos, como criou Lula em seus oito anos como presidente. Foram mais de vinte milhões de empregos, vencendo um quadro de desemprego similar ao atual, de 12% da mão-de-obra do país.
Não os criou à base de canetadas, evidentemente. Ele os criou por meio de políticas e ações que permitiram condições objetivas para que a economia do país crescesse.
Lula se preocupou, a partir do programa "Fome Zero" e depois pelo "Bolsa-Família", em garantir um mínimo de renda a todas as pessoas que viviam na extrema pobreza.
Com isso, ele permitiu que essas pessoas comprassem o arroz, o feijão, a carne, o leite, o pão nosso de cada dia. Garantiu a alimentação do povo e gerou demandas. Foi preciso produzir mais arroz, mais feijão, mais carne, mais leite, mais trigo e mais pão.
Os produtores - os pequenos agricultores, os empresários do agronegócio, do comércio, dos transportes - precisaram contratar mais trabalhadores na lavoura, na pecuária, mais caminhoneiros para transportar a produção, mais atendentes para o atacado e para o varejo.
Fez o que se chama girar a roda da economia.
Ao mesmo tempo, Lula criou o Minha Casa Minha Vida, que incrementou a demanda no âmbito da construção civil. Além de garantir moradia digna a milhões de brasileiros, foram gerados mais empregos para pedreiros, engenheiros civis, bancários, mais trabalho para corretores, pintores, eletricistas.
Com esse incremento, os trabalhadores passaram a ter necessidade de comprar mais roupas, mais sapatos, por exemplo.
A consequência é que, por todos os lados, os empregos cresceram, os salários se elevaram, a qualidade de vida do brasileiro melhorou efetivamente.
E o governo Lula foi além. Por meio do BNDES, abriu linhas de crédito para empresas - grandes, médias, pequenas - e para microempreendedores. As pessoas comuns passaram a frequentar aeroportos, a viajar para dentro e para fora do país. Os que antes acreditavam que faziam jus a certos privilégios chegaram até a reclamar que aeroporto estava parecendo rodoviária.
Noutro flanco, o governo Lula se preocupou em elevar o acesso ao ensino universitário. Através do aperfeiçoamento do FIES, da criação do Prouni, do Reuni, do SISU, das cotas, o Brasil saiu de 3,5 milhões de estudantes universitários antes de Lula chegar à presidência para mais de 8 milhões quando Dilma foi tirada pelo golpe dos corruptos de 16. Mais que dobrou o número de alunos do ensino superior.
Com o maior acesso dos filhos do pobre às universidades, estes melhoraram seu padrão de vida. Tornaram-se engenheiros, médicos, advogados. O filho do pobre pode também se tornar doutor - o que igualmente provocou a ira dos que achavam que diploma de curso superior era privilégio de sua casta.
Enquanto se preocupava com a economia e com a educação, Lula também avançava em áreas como saúde pública. Criou o SAMU, criou o programa Médico de Família, ampliou o número de leitos hospitalares. Dilma foi mais longe, criou o Mais Médicos, levando esses profissionais a rincões abandonados e à periferia das cidades do país, aonde o médico filho da elite se recusava a ir.
Lula levou energia elétrica aonde não havia, por meio do programa Luz para Todos, e as pessoas puderam adquirir geladeira, aparelhos elétricos e eletrônicos, elevando a qualidade de vida da população.
Levou cisternas para onde a seca era um problema e deu início à execução da transposição do Rio São Francisco, um projeto dos tempos do Império que nunca antes houvera saído do papel, para matar a sede dos nordestinos, obra que Dilma chegou a completar 95%. Tirada a ex-presidenta à força do poder, coube a Temer e, por último, ao atual presidente completar o pouquíssimo que faltava.
Lula ainda teve a oportunidade de recuperar a indústria naval brasileira e a expandir mundialmente a indústria da construção civil. Também pelo BNDES, financiou empresas BRASILEIRAS que foram construir obras mundo afora, dos Estados Unidos à África, gerando empregos para engenheiros e técnicos BRASILEIROS, financiamentos que exigiam das construtoras utilizar insumos produzidos no Brasil, criando ainda mais empregos no país e salários cada vez mais elevados.
Agora pegue lápis e papel - ou caneta BIC, como quiser, com tinta ou sem, tanto faz - e faça uma relação das ações e programas do governo BolsoNero que realmente tenham contribuído para organizar nossa sociedade de modo a permitir um mínimo de dignidade aos brasileiros.
Ao invés de se preocupar com a criação de empregos, ele lavou as mãos e disse que esse não era seu papel.
Ao invés de pensar na alimentação do povo, preocupou-se em armar a população.
Chegou a dizer algo como se o fuzil fosse mais necessário aos cidadãos do que o feijão.
O resultado é que se tornaram rotineiros crimes e acidentes com arma de fogo. Em Jacareí, por exemplo, um garoto matou o cunhado ao disparar a arma que este havia deixado no banco traseiro do automóvel. Em Taubaté, uma menina de treze anos matou a bala a amiga de doze após uma discussão. Armas não têm outra serventia senão tirar a vida de alguém.
Um presidente que defende e difunde o uso de armas pela população não só não pode se dizer cristão como atenta verdadeiramente contra as famílias, porque permite que elas se destruam ou sejam destruídas - como no caso do fanático de Foz do Iguaçu que invadiu uma festa de aniversário para matar quem não pensava como ele, politicamente. Ou do sujeito que deu um tiro num irmão de fé dentro de uma igreja, por divergência da mesma natureza.
Lula, por sinal, é cristão. Foi batizado, crismado e se casou três vezes na igreja católica. Sua primeira esposa faleceu no parto - ele perdeu a mulher e o filho. Casou-se depois com dona Marisa Letícia, com quem viveu 43 anos de uma linda história de amor. Dona Marisa faleceu em decorrência dos abusos da Lava Jato contra sua família. Recentemente, Lula casou-se de novo. E tem dito e repetido que é contra o aborto, embora seu adversário insista em difundir "feiquinius" em contrário (logo ele, que chegou a cogitar de abortar o filho Jair Renan).
O outro também casou-se três vezes. Todas, porém, estão vivas, e bem vivas, e muito ricas. Ele se habituou a trocar de esposa sempre que elas alcançavam o prazo de validade. Esse é o "conservador", o "cristão", o que dizem que defende a tradicional família brasileira.
Enfim, Lula sempre governou cuidando do povo brasileiro, garantindo a todos um mínimo de dignidade, permitindo que todos pudessem tomar o café da manhã com leite, pão e manteiga, almoçar e jantar pelo menos um prato de arroz com feijão, um bifinho com batatas fritas em cada refeição, todos os dias. E, claro, nos finais de semana todos podiam reunir a família e os amigos para comer uma picanha e tomar uma cervejinha, que ninguém é de ferro, afinal.
Em resumo, Lula levou água, pão, dignidade, esperança e oportunidades a todos os brasileiros.
Costumo dizer que, como bom e verdadeiro cristão, Lula cumpriu a missão dada por Jesus de levar "vida em abundância" ao seu povo.
Já o outro, negligenciando na hora de comprar vacinas durante a pandemia, sabotando acintosamente as regras internacionais de combate ao vírus, estimulando aglomerações e desestimulando o uso de máscaras enquanto debochava dos doentes, e difundindo o uso de armas, só nos trouxe morte e destruição das famílias brasileiras.
A decisão é sua.
Está em suas mãos decidir entre quem promove a paz em família e garante emprego, liberdade e segurança alimentar e quem, mais preocupado com motociatas e passeios de jet-ski na hora do expediente, descuida do seu povo e promove a destruição das famílias, prega o ódio e é incapaz de emitir uma palavra de amor.
Vote 13 e contribua para o retorno da paz e do amor aos nossos lares ou, votando no outro, para manter esse clima de ódio, de discórdia e guerra que acabará nos destruindo a todos.
Bom voto a todas e todos!
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, aos 8 de outubro de 2022