Dentre meus muitos amigos, queria destacar um em especial. .
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14/05/2022
Convite à Reflexão
Não Há Demanda para a Humildade
Despertou a ira de alguns amigos, claro.
Um deles postou "não voto em ex-presidiário".
Eu o fiz ver que ex-presidiários existem aos montes, por injustiças históricas. Citei Jesus, Pedro, João, Ghandi Mandela e Martin Luther King. Depois acrescentei Tiradentes e os demais inconfidentes.
Ele disse que eram "devaneios" meus, que seriam frutos ou de "doença mental" ou de "interesses" que eu teria.
Interesses em defender Lula, naturalmente.
Disse ele que sabia quais eram meus "reais interesses" e que "parte" deles eu já havia conquistado.
Completou afirmando que conhecia a minha "história" e recheou a insinuação com uma sequência dos infaltáveis "kkk".
Veja que até aqui são afirmações. Não há pergunta alguma. Apenas afirmações, com evidentes insinuações.
Mais adiante ele indaga em "qual governo", e "qual partido", eu entrei no cargo que hoje ocupo.
Isso depois de eu já ter postado um longo comentário em que esclareço - observem que postei antes de qualquer indagação dele! - que eu prestei o concurso sob um governo do PSDB, que deveria ter sido convocado pelo mesmo governo do PSDB e que assumi o cargo, depois de uma batalha judicial que durou oito anos, quando de novo era governo o PSDB.
E que o PSDB me prejudicou exatamente por eu ser petista.
Eu pedi que ele se explicasse. Que pesquisasse e, se a consciência dele assim o determinasse, que se retratasse.
Mas humildade não é produto que se compra em supermercado, não é mesmo?
Ele fez as insinuações em público e me pediu desculpas em privado.
Enfim, abaixo publico a íntegra do meu comentário que ele se recusou a ler, que vale para qualquer um que tenha dúvida, interesse, preocupação ou, sei lá, até mesmo alguma pontinha de inveja do cargo que, honrosamente, hoje ocupo:
*************
Às vezes eu fico me perguntando: por que sempre que eu coloco alguém diante do espelho da sua própria consciência o sujeito fica nervosinho, como acabou de acontecer, acima, com meu amigo de longa data L* C* C*?
O que faz despertar nessas pessoas tamanho ódio, a ponto de sempre fazerem as mesmas insinuações, as mesmas ofensas?
Chamar de "devaneios" o que escrevo ou é incapacidade de compreender meu raciocínio - e eu me penitencio por talvez não conseguir me expressar de maneira inteligível - ou é puro desejo de me achincalhar, o que me conduz à ideia, talvez equivocada, de que faltem argumentos a essas pessoas.
Mas a ofensa mais evidente, na verdade, a pretensão mais evidente de me ofender reside nas insinuações que essas pessoas fazem acerca de um possível "interesse" de minha parte na vitória de Lula ou do PT.
A toda evidência, essas pessoas não se referem a interesse público. Decerto, não lhes passa pela mente pervertida pelo senso comum que meu interesse seja o de que tenhamos um Brasil governado por gente honesta e sinceramente empenhada em proporcionar dias melhores para todo nosso sofrido povo brasileiro. Certamente não é a esse interesse que essas pessoas se referem, porque, assim fosse, sequer mencionariam a palavra.
Suponho - e é mera suposição, espero estar enganado - que essas pessoas se refiram a interesse pessoal. Um cargo, por exemplo. Como se exercer um cargo em governos fosse demonstração de algo ruim, de mau-caratismo talvez. "Mamata", chamam a isso, a esses - perdoe-me, caro L* C* - a esses devaneios.
Não gosto de ser pedante, mas não posso deixar de mencionar e lembrar que sou procurador municipal concursado que, ao contrário desses devaneios de meus interlocutores, conquistei sem qualquer ajuda de quem quer que fosse.
Prestei o concurso quando o prefeito era um tucano. Deveria ter sido convocado por esse mesmo prefeito já no seu segundo mandato, mas esse prefeito, exatamente por eu ser petista, me prejudicou ao ponto de me atrasar oito anos na carreira, porque me obrigou a entrar na justiça para lutar pelo que era meu por direito, por merecimento (alô, meritocratas!).
Oito anos durou a luta judicial, o que me custou oito anos de salários que deixei de receber e o ingresso num plano de carreira piorado, em relação àquele em que eu deveria ter ingressado.
Esse é o cargo que ocupo, numa prefeitura que até mês passado era governado por outro tucano (que deixou o PSDB e renunciou ao cargo para disputar o de governador do estado de São Paulo pelo PSD, do Kassab).
E, sem ser pedante, como eu dizia, tenho um salário que me satisfaz e me permite uma vida bem confortável. Muito confortável.
Então, odientos que vivem a tentar me ofender com essas insinuações, não percam seu tempo. Não se deixem levar por essa irracionalidade.
Eu não preciso de outro cargo público para me "dar bem" na vida.
Engulam esse preconceito, esse ódio, essa inveja.
30/04/2022
Desinformados e Deformados
Postei há pouco comentário a uma postagem de um defensor do Micto, desses que ainda insistem em chamar Lula e todos nós petistas de "ladrões".
Nessa postagem ele confessa que sua crença vem em razão de "tudo o que a mídia mostrou dia após dia".
*************
Joao V., você se deixou desinformar e se deformar por uma mídia corrupta que tinha (e sempre terá) a clara intenção de derrubar um governo que interessava ao povo pobre e que não interessava aos poderosos.
A mídia é porta-voz da elite econômica, dos donos do grande capital, dos que mandam de verdade neste país - e você, sinto contar-lhe a verdade, você não faz parte dessa elite.
Procurei e não vi seu nome na lista dos brasileiros bilionários da Forbes.
Então, enxergue-se, enxergue o lado em que você está, veja qual é a parte que lhe cabe neste latifúndio e lute conosco, lute ao lado dos que representam de verdade o povo brasileiro - os miseráveis, os pobres, a classe média, os pequenos e médios empresários.
Observe as diferenças.
Quando foi a última vez que você ouviu o Micto falar em criar emprego, em gerar renda, em melhorar salários, em acabar com a fome?
Provavelmente, nem durante a campanha de 2018, nem em qualquer dia dos 28 anos do mandato inútil que ele exerceu antes do acidente que o tornou presidente da República.
E quais os programas que o Micto desenvolveu durante o mandato acidental de presidente da República para melhorar a vida do povo?
Reflita.
Não tenha medo de encarar a verdade, de lutar com sua própria consciência. Tenha coragem.
E tome seu lugar no transatlântico do Lula. Ajeite-se conosco e seja bem-vindo a bordo.
Você pode. Força!
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, aos 30 de abril de 2022)
16/04/2022
Ô, Ignorante!
Não é porque você deseja, com a força desse ódio todo acumulado em seu coração, que ele seja o que você quer que, chamando-o de "ladrão", em ladrão ele se transformará.
Sei bem que você raciocina assim, que se fosse você que tivesse administrado orçamentos trilionários como Lula administrou, você teria desviado alguns bilhões ou milhões em seu próprio favor.
Sei que você, que foi pobre como Lula, embora certamente não tão miserável como ele, deve pensar que se também chegasse à presidência iria roubar a mais não poder, já que, segundo seu preconceito, quem vem da pobreza entra na política só para se dar bem.
Que se você fosse político, e principalmente se fosse presidente da República de seu país, você roubaria mesmo, porque, afinal, segundo esse mesmo preconceito que embaça sua visão, todo político rouba, sempre foi assim e assim será por todos os séculos e séculos amém.
Vou dizer-lhe uma coisa, sabichão: nem todo mundo tem essa propensão à desonestidade que você tem. Nem todos são como você. Nem todo pobre quer se dar bem à custa do povo, como você gostaria que tivesse sido consigo mesmo. Nem todo político rouba, como você roubaria.
Então, pare de projetar no outro a maldade que conduz esse seu espírito peludo.
Pare de projetar em Lula seus desejos mais íntimos e inconfessáveis.
Lula foi investigado intensamente, por anos a fio. Ele, a falecida esposa, os filhos, as noras os amigos, até os netos mais pequeninos, os auxiliares próximos, os aliados distantes, e o que foi que encontraram de irregular?
Nada.
Absolutamente nada!
Tanto que foi preciso recorrer a um juiz venal, ladrão, com perversidade e cara-de-pau suficientes para condená-lo por uma reforma meia boca num apartamento meia boca que não era, nunca foi, não é e jamais será ou seria dele. E outra reforma num sítio de um amigo dele.
Duas reformas!
Em imóveis que não são dele!
No fundo, no fundo, bem lá no fundo dessa sua alma doente, você deve estar zombando de Lula. "Que idiota! Comandou oito orçamentos federais anuais, mais de dez trilhões de reais enquanto esteve presidente, e saiu da presidência apenas com duas reforminhas meia boca!"
Lá no fundo dessa sua alma invejosa, você certamente agasalha desejos como "ah, se fosse eu, roubaria muito mais!"
Ô, ignorante, permita-me dizer-lhe outra coisa.
Uma pessoa, ainda que pobre na origem, ainda que dedicada à Política, ainda que tenha tido sob sua responsabilidade alguns bons trilhões de reais, pode ser honesta sim.
Talvez seja difícil a você, que sabe das tentações que atormentam seu espírito, aceitar a hipótese de que possa existir uma pessoa honesta na face da terra. Um político honesto. Um governante honesto.
Pois vou lhe dizer, meu caro, minha cara: existem e não são poucos.
Vou lhe dizer mais uma coisa que talvez sua ignorância não lhe permita enxergar: quando uma pessoa sai do meio do povo e sinceramente se propõe a lutar em favor dos interesses desse mesmo povo, em acabar com a miséria, com a fome e com a sede, em levar esperança e oportunidades aos mais necessitados, em garantir direitos aos trabalhadores, em gerar empregos e assegurar salários valorizados, essa pessoa desagrada aos donos do poder.
Essa pessoa incomoda o sistema.
E então, o que fazem esses donos do poder? Como reage o sistema?
Eles, os donos do poder real, fazem de tudo para tentar desacreditar esse governante bom, honesto, competente e sinceramente empenhado em promover a justiça social.
E a maneira mais fácil de tentar desacreditar esse bom governante é acusando-o de ser corrupto.
De roubar o dinheiro que é do povo.
Porque um governante pode matar seu povo, como o atual vem fazendo, mas o que comove as pessoas é mexer com o dinheiro delas. Lembre-se que o confisco da poupança levou o povo a apoiar o impeachment de Collor, mas o genocídio praticado por BolsoNero não o tirou da cadeira presidencial.
Assim fizeram com Getúlio, assim fizeram com Juscelino, assim fizeram com Lula e tentaram fazer com Dilma.
Mas vou lhe contar outra coisa, e prometo ser a última, pois já lhe contei coisas demais e imagino que talvez não caibam em sua consciência ou em seu cérebro: a Verdade é como as águas do oceano.
Elas estão lá, silenciosas, ocultas nas profundezas do mar, mas estão em movimento e, em dado momento se agigantam, se fortalecem e quebram na praia como ondas imensas de um tsunâmi.
E arrebentam com a força da Verdade, e destroem toda mentira que se construiu como castelos de areia.
O que resiste, o que permanece em pé como rocha indestrutível, é apenas a Honestidade.
A Lava Jato, a operação comandada por procuradores e juízes mal intencionados, ladrões, corruptos - que hoje estão aí, sendo destruídos pelo tsunâmi da Verdade -, transformou-se num eloquente atestado de honestidade conferido ao cidadão Luiz Inácio Lula da Silva.
Por isso, não adianta insistir em chamá-lo disso ou daquilo.
A Verdade e a Honestidade são irmãs gêmeas.
Não será todo esse seu ódio, não será seu preconceito, tampouco essa sua indisfarçável inveja que as destruirão.
Luz na mente e amor no coração!
(Luís Antônio Albiero, em Capivari, SP, madrugada de 16 de abril de 2022)
05/04/2022
Incompatibilidade Parlamentar
Parlamentar existe para ""parlar"", para conversar. Tem obrigação de dialogar com aqueles que o elegeram.
Para se eleger, o parlamentar vai à casa do eleitor pedir o voto, expor seus projetos, suas pretensões e os posicionamentos que adotará no cargo.
Nada mais natural, portanto, que, eleito e no exercício do cargo, receba em sua casa o eleitor que o procura para dele cobrar e influenciar seu posicionamento na votação dos projetos. É da democracia.
Como vereador de Capivari por dois mandatos, muitas vezes fui procurado em minha casa, em meu escritório e até no banco onde eu trabalhava para tratar de minha atuação na Câmara.
Mas parlamentares bolsonarentos têm incompatibilidade com a atividade para a qual foram eleitos. Fascistas por excelência, só conhecem a bala como força argumentativa.
Os bolsonarentos adulteraram a fala de Lula e cortaram exatamente a parte em que ele menciona a necessidade do diálogo ("não é para xingar não, é para conversar com ele"). Eles têm dificuldade de dialogar exatamente porque estão sempre distorcendo a verdade e criando mentiras.
A "verdade" que os "liberta", preceito que BolsoNero furtou das sagradas escrituras e reduziu a mero bordão eleitoral, é a verdade da bala. São prisioneiros de sua própria monstruosidade e dela não querem se libertar.
O que me preocupa é que essa onda de deputados armados pipocando nas redes sociais e ameaçando matar Lula vai incutindo na mente frágil de muitos de seus eleitores a ideia de que eliminar o ex-presidente é natural, é justificável e justificado. Não faltará um abilolado desses que tentará fazê-lo.
Incompatíveis com a atividade parlamentar, os deputados covardes estão terceirizando um atentado político.
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, aos 5 de abril de 2022)"
10/03/2022
Um Dia Muito Especial
Lembro-me de um dia, início de 1971, quando apareceu em casa uma família cuja mulher havia sido colega de trabalho de minha mãe, chamada Hercília. Ela havia residido com minha mãe num pensionato na capital e, se eu não estiver enganado, ambas trabalharam numa indústria metalúrgica de São Bernardo do Campo (Vilares, se não for fruto de novo engano).
Vieram ela, o marido e um garoto da minha idade, chamado Rino. Foi, até hoje, o único dia na vida em que nos encontramos, mas a amizade repentina e breve ficou registrada no livro de história da minha vida como uma das páginas mais marcantes.
Eu tinha pouco mais de sete anos de idade e estava na iminência de iniciar meus estudos. Já havia comprado lápis e cadernos e eu me lembro de termos passado aquele dia, eu e Rino, desenhando. Também fomos passear pela cidade. Minha mãe e sua amiga Hercília foram visitar outras duas ex-colegas dos tempos paulistanos, Hilda e Teresinha Martins, que residiam – residem até hoje – em Capivari.
Ao final daquele dia – um domingo, provavelmente –, foram-se de volta para sua cidade, Santo André, e deixaram para trás um pacote. Era um bolo do tipo “Califórnia Pullmann” e uma faquinha plástica – um brinde oferecido pela fabricante que acompanhava o produto, muito útil, por sinal.
Minha mãezinha passou o resto de sua vida tentando reencontrar a amiga. Veio a internet e eu esgotei todas as possibilidades de pesquisa, pelo sobrenome e pelo nome incomum do garoto que se tornou meu amigo, Rino. Poucos meses depois que Cidinha – como era conhecida minha mãe – faleceu, eis que, numa nova tentativa, encontrei Rino aqui no Facebook. Quase quarenta anos de buscas!
Hoje cometi a indelicadeza de fazer um comentário numa postagem dele, em que ele compartilhava imagens de Lula e Dilma num ato político no qual houve uma performance artística em que dois homens se beijam. No mesmo mosaico de imagens, a cena em que Xuxa, aos dezoito anos, lá nos idos dos anos setenta ou início dos oitenta, insinua um ato sexual com um garotinho no célebre e desaparecido filme “Amor Estranho Amor” - que até agora não entendi o que tem a ver com os ex-presidentes petistas.
Na postagem, meu amigo comentava algo sobre o que fez o Messias que hoje nos preside ao exibir a degradante cena de “golden shower” ao mundo, como representativa do carnaval brasileiro, em comparação ao comportamento de Lula e Dilma, particularmente sobre palavras, ao seu ver impróprias, usadas pelo ex-presidente petista, como quando chamou o STF de “acovardado”.
Fiz a sequência de comentários adiante, entremeados com intervenções do meu amigo sobre Lula – que ele vê como alguém que “poderia ter sido um estadista”, mas que se teria perdido na corrupção, sobre Palocci e sobre o inesgotável caso Celso Daniel.
Compartilho para poder registrar o que pulsa vivo na minha memória e também porque outras pessoas, outros amigos, têm demonstrado as mesmas preocupações e feito a mesma comparação entre Lula e Bolsonaro, como se os comportamentos de ambos fossem idênticos ou tivessem igual importância.
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MEU PRIMEIRO COMENTÁRIO
“Meu amigo, tudo isso ele fez - se é que fez - foi no privado. Como quando chamou o supremo de acovardado - e cada vez mais isso se mostra real, preocupantemente verdadeiro. Foi durante um telefonema captado e vazado ilegalmente pelo juiz hoje premiado com o cargo de ministro, pelo serviço sujo prestado de prender o ex-presidente e assim pavimentar a estrada que levou à eleição desse débil mental que muitos insistem em defender...
Lula governou, Lula criou empregos, fez a economia girar, levou a economia brasileira de 14ª a sexta maior do mundo, matou a fome e levou esperança e oportunidades a mais de trinta milhões de brasileiros antes condenados a morrer de inanição ou à exclusão social. Por isso saiu do governo com aprovação de mais de 90% do povo brasileiro, elegeu e reelegeu sua sucessora.
Lula jamais interveio em questões privadas, jamais se preocupou em saber se você entrega seu corpo a outra pessoa, se do mesmo sexo ou não, enfim, jamais se meteu em questões de ordem absolutamente privada.
Já esse que hoje finge nos governar é incapaz de apresentar um discurso decorado por mais de seis minutos num fórum internacional e , em represália ao povo que nas ruas fez aquilo que a elite brasileira já havia feito com Dilma na abertura da Copa, fuçou e pinçou uma cena patética de depravação explícita e expôs ao mundo como se fosse uma cena do carnaval brasileiro. Quis, com isso, iniciar um processo para acabar com a maior tradição cultural deste país, que é o Carnaval. Felizmente a reação foi contrária ao que desejava esse imbecil, que passa o dia no Twitter como um aluno limítrofe de quinta série que se senta no fundão da classe e gasta o tempo a atirar papeizinhos picados (tuítes, no caso) contra os coleguinhas a quem odeia.
A ele, a mensagem de um célebre compositor brasileiro: ‘vai trabalhar, va ga bundo!’ “
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MEU SEGUNDO COMENTÁRIO, após ele ter comentado sobre o estadista que se deixou corromper.
“Essa de ele ter-se corrompido fica por conta e risco da sua consciência. Quem o condenou por ‘corrupção’ fez um serviço sujo e por isso hoje foi premiado com o cargo de ministro da justiça, a um passo de se tornar ministro do STF. E os procuradores da Lava Jato acabaram de ser agraciados com uma módica comissão de 2 BILHÕES e meio de reais, desviados da Petrobras, a empresa à qual diziam defender. A Operação se gaba de ter recuperado 2 bilhões de reais de toda a corrupção desviada por antigos diretores da companhia, mas se dá ao luxo de ficar com 2,5 bilhões para uma ‘fundação’ que, no fundo, funcionará como um partido político.
Sobre Lula, raciocine.
Ele administrou por oito anos este país. Cada ano teve um orçamento superior a 1 trilhão de reais. Mais de oito trilhões de reais, portanto, passaram pelo controle dele.
Imaginar que ele tenha se corrompido porque uma construtora fez uma reforma meia boca num apartamento que ele chegou a pensar em COMPRAR (veja bem: comprar!) mas de cuja compra DESISTIU é estar desconectado com a realidade. Um apartamento que nunca foi, não é e jamais será ou seria dele!
Sabe o que é que nossa elite não suporta? É que um peão vindo da pobreza tenha sido o melhor presidente da República e, pior ("pior" pela ótica dessa mesma elite), tenha sido COMPROVADAMENTE honesto!
Veja bem.
Não há áudio que prove corrupção de Lula. Não há imagens, vídeos, gravações. Não há dinheiro em contas, nem no Brasil, muito menos no exterior. Não há apartamento cheio de dólares, euros ou reais. Não há quadros valiosos, joias, carrões, iates.
Nunca houve ostentação, nem filhos se intrometendo nos assuntos do Estado brasileiro.
Aliás, um dos filhos acusado o tempo todo de ser "bilionário" acabou de perder um filho que, acometido de meningite, não foi levado ao Einstein ou a qualquer grande hospital, do Brasil ou do exterior, mas a um pequeno hospital de periferia de Santo André.
Esse é o ‘Lula corrupto’, essa é a família do "maior corrupto de todos os tempos".
A Lava Jato foi uma importante operação, sim, pois deixou a comprovação cabal de que um trabalhador, um homem comum do povo, pode ser presidente e pode ser um presidente competente e honesto.
Esse estadista existiu, existe, chama-se Luiz Inácio Lula da Silva e o Brasil o desperdiça, mantendo-o preso injustamente numa masmorra de Curitiba.
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MEU TERCEIRO COMENTÁRIO, após ele comentar sobre Palocci e Celso Daniel
“Palocci foi canalha, fez uma delação mentirosa, impactante, mas sem prova alguma, na esperança de ser agraciado com a liberdade. Foi um excepcional ministro, mas na hora do desespero mentiria até contra a própria mãe para sair da cadeia.
A morte de Celso Daniel foi mais do que explorada, até Sérgio Moro, o juiz sem limites, levou o caso para Curitiba, e acabou arquivando sem qualquer novidade.
O caso foi investigado pela polícia civil paulista, sob o comando dos governadores tucanos Serra e Alckmin, sob a supervisão do ministério público estadual paulista sabidamente tucano, e está satisfatoriamente esclarecido.
Tentam o tempo todo jogar o caso nas costas de Lula, Zé Dirceu, PT, mas o esquema que havia era restrito a políticos e empresários de Santo André.
O resto é ódio destilado pela Mara Gabrilli, cujo pai era um dos envolvidos no esquema de corrupção.”
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Concluí enviando a ele – que certamente já deve ter sido eleitor de Paulo Maluf – um vídeo em que o insuspeito ex-governador (insuspeito de ser petista, “esquerdalha” etc.) diz à jornalista Mônica Bergamo que acreditar que Lula se corrompeu por duas reformas em propriedades que não são dele, após administrar orçamentos trilionários, é “pensar pequenininho”.
20/02/2022
Generalidades
Abri a torneira e, em vez de água, escorreu outro general do filtro.
Abri a geladeira para beliscar alguma coisa, antes me beliscou um general que estava dentro dela.
Fui ao banheiro, dei a descarga, mais um fardado apareceu em meio à água da privada.
Abri a gaveta do gabinete para pegar o sabonete, lá estava outro sujeito com farda verde-oliva cheio de medalhas.
Voltei para a cama, ouvi um barulho estranho, achei que fossem baratas. Olhei debaixo dela, lá estava um agrupamento de generais.
Taqueoparel. Voticontá, tá difícil conviver com tanto general assim.
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, aos 20 de fevereiro de 2022)
15/02/2022
A Prova dos Nove
Neste final de semana, o filho Carlos ""Zero Dois"", o vereador federal Carluxo, reproduziu e disseminou pelas redes sociais uma mensagem do perfil ""Anonymous"" que assegurava que Adélio Bispo teria prestado depoimento à polícia federal, gravado, em que teria dito que fora contratado pela campanha de Fernando Haddad para cometer o atentado contra o então candidato, hoje presidente Jair Mentiras BolsoNero.
A mentira, certamente mais uma produção do gabinete do ódio comandado pelo próprio Carluxo, não durou nem 48 horas. A polícia federal já desmentiu e até o juiz do caso se pronunciou, destacando a inimputabilidade de Adélio que o impossibilita de prestar depoimento, seja como réu ou como testemunha (link para a notícia no primeiro comentário).
Não satisfeitos, os membros do clã presidencial divulgaram hoje, quatro anos depois da falsa facada, um vídeo supostamente gravado em 7 de setembro de 2018, instantes após o então candidato ter retomado a consciência ao fim do procedimento cirúrgico a que fora supostamente submetido (link no segundo comentário). Nele, o presidente aparece deitado numa cama de hospital falando com normalidade, sem embaraço, mencionando ""deus"", ""jesus"", dizendo-se abençoado e escolhido para cumprir uma ""missão"", precedido por uma ""oração"" do farsante Magno Malta.
Especialista em enganar crédulos passando-se por pastor evangélico, Malta já produziu uma imagem ""fake"" em que inseriu a cabeça de Adélio em lugar da de outra pessoa que se encontrava em meio a uma multidão, tendo o ex-presidente Lula à frente. Malta sequer se preocupou com a desproporção notória da cabeça de Adélio, recortada e inserida em sobreposição à fotografia original, em relação a todas as demais pessoas presentes.
Essa persistência só reforça que tudo de fato é realmente falso, tudo é farsesco, a começar do próprio episódio da inverossímil facada. Qualquer pessoa, grupo, entidade, empresa ou partido político que quisesse realmente cometer um atentado contra um candidato a presidente da República jamais emcomendaria um crime de tal magnitude a um sujeito com visíveis distúrbios mentais e para praticá-lo em meio à multidão e a faca. Uma pessoa com um resquício de inteligência contrataria um franco-atirador, um ""sniper"", um especialista que disparasse o tiro a partir do teto ou da janela de um apartamento de um prédio qualquer, de onde o alvo se tornasse fácil de ser atingido e o atirador estivesse protegido, a salvo de ser identificado, contido pelos seguranças ou linchado pela turba enraivecida.
A par disso, há toda uma série de ""pontas soltas"" que envolvem o episódio, bem demonstradas no documentário produzido pelo portal Brasil 247 e apresentado pelo jornalista Joaquim de Carvalho, disponível no YouTube. A mais gritante é o fato de que, rodeado de diversos delegados da polícia federal que faziam a segurança do candidato, o limítrofe Adélio Bispo furou o cerco e, erguendo o braço direito sobre a cabeça de um dos seguranças, conseguiu o feito de atingir o abdômen de Bolsonaro com a força necessária para perfurá-lo e penetrá-lo gravemente. Detalhe intrigante: os delegados ali presentes, que falharam clamorosamente na missão de proteger o candidato, foram por este, depois de eleito e empossado, todos eles premiados com promoções. Fizeram por merecer, com certeza.
Enfim, nada em BolsoNero é verdadeiro. Tudo nele rescende a falsidade. E o seu desespero e dos que o cercam diante da preferência do eleitorado brasileiro, cada vez mais consolidada em favor do adversário petista, leva-os a cometerem erros primários como essa desastrada notícia falsa do depoimento que não existiu.
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, madrugada de 15 de fevereiro de 2022)"
11/02/2022
O Especialista
No auge da pandemia, questionado sobre o que efetivamente faria para enfrentá-la, ele disse ser um especialista em tirar vidas, não em salvá-las. “Sou capitão do Exército, fui treinado para matar”, disse ele na oportunidade.
No início desta semana, o valente especialista em matar recebeu, num encontro de nove torturantes minutos, dois ministros do STF, Luís Édson Fachim e o “canalha” do Alexandre de Morais - desqualificativo que lhe pespegou o próprio anfitrião. Foram, constrangidos, entregar ao (irc!) presidente da República um convite para a solenidade de posse de ambos no comando do TSE. Maior constrangimento parece ter sofrido o próprio BolsoNero que, sabe-se lá se para não passar sozinho pelo desconforto ou, quiçá, para botar pressão sobre o supremo inimigo, resolveu fazer-se acompanhar pelo ministro da Defesa, Braga Neto, e seus três soldados - no caso, um general, um tenente-brigadeiro e um almirante, ninguém menos que os comandantes das Forças Armadas.
Terminado o brevíssimo convescote e registrados em fotografias os sorrisos amarelos de parte a parte, BolsoNero não conteve sua pulsão de morte e seu autodeclarado talento para matar. Resolveu ir a uma academia de tiro, decerto para extravasar seus instintos mais primitivos, como dissera outrora a José Dirceu o hoje preso Roberto Jéferson, parceiro de ódio ao ministro Xandão. Ou terá sido para dar um recado duro ao desafeto togado, quem irá saber?
BolsoNero deve ter olhado para a cabeça do magistrado, a quem, na carta “vamos-dar-os-dedinhos” redigida por Michel Temer, houvera chamado de “brilhante” e imaginado que, ali tão próxima, tão ao seu alcance, exposta às inteiras, toda insinuante em sua reluzente nudez, ele não teria como errar aquele cocuruto gorduchinho. Foi, aliás, o que logo depois veio a dizer pelo Twitter a um rechonchudo influêncer das infovias que ousou fazer troça de sua, aspas, destreza.
Noutros tempos, segundo célebre fala do filho Flávio Mansões Bolsonaro, bastariam um cabo e um soldado para fechar todo o Supremo. O pai descobriu na prática quão dura é a realidade, pois nem com a quadra de fardados do mais elevado coturno ao seu lado foi capaz de controlar sequer um dos ministros da Suprema Corte. Xandão não perdeu tempo e já no dia seguinte determinou o compartilhamento de provas que comprometem o (argh!) presidente numa investigação de crime de vazamento de informações sigilosas.
O fato é que o especialista em armas, capitão reformado do Exército, acabou se revelando alguém que não sabe atirar, não tem habilidade para manejar sequer uma arma de pequeno porte. A cena ridícula fez-me lembrar do histórico do (eca!) presidente, não o de atleta, por ele mesmo tantas vezes lembrado em autolouvor, mas o de militar.
“O Especialista” é o nome de um filme dos anos 90 protagonizado por Silvester Stallone, que, contracenando com a estonteante Sharon Stone, vive um agente da CIA aposentado na função de perito em explosivos. Nos tempos em que permaneceu no Exército, nosso ainda (bleargh!) presidente, o “expert” em matar que não sabe atirar, chegou a ser preso e expulso das Forças Armadas por planejar explodir equipamentos da corporação. O plano de explosão não rendeu nem um traquezinho sequer e a ala mais extremista do Exército deu um jeito de promovê-lo e reformá-lo, evitando que se consolidasse a pena de expulsão. Ou seja, nem capitão ele jamais chegou a ser de verdade. Dali ele pulou para a Política, eleito vereador em 1988.
Da Câmara Municipal do Rio de Janeiro ele saltou para a dos Deputados, em Brasília, onde passou 28 anos de relativa discrição nos recônditos do baixo clero do legislativo federal enriquecendo-se à base de drenagem de dinheiro público por meio de assessores fantasmas (a chamada “rachadinha”, expediente para o qual encaminhou os três primeiros filhos e duas ex-esposas, criando assim a primeira franquia eleitoral dedicada a explorar o patronímico famoso), obscuridade que só foi quebrada por conta de seus arroubos autoritários, sua pregação de ódio, sua verborragia chula e sua valentia contra mulheres, em relação às quais costuma separar as que, conforme a beleza ou sua ausência - segundo seu juízo, claro -, são merecedoras de serem estupradas das indignas dessa “honraria”.
Súbito, transformou-se em “mito” - palavra que tem múltiplos sentidos, mas que basicamente reúne sinônimos como quimera, absurdo, aparência, devaneio, fábula, fantasia, faz de conta, ficção, ilusão, imaginação, invenção, lenda, sonho, utopia, visão, desatino e, por fim, mentira. Está tudo no Google, é só buscar por “mito sinõnimos”.
E foi nessa condição de “mito” que chegou à (grr!) presidência da República, por força de uma conjunção de fatores que incluem uma fakeada sem sangue em Juiz de Fora e uma enxurrada de “fake news” (preciso traduzir?) disparadas às vésperas das eleições pelas redes sociais, como os inexistentes “kit gay” e “mamadeira erótica” que seus apoiadores atribuíram ao adversário, especialmente pelo whattsapp, Vendeu sua imagem de não-político e não faltou quem a comprasse, a despeito de quase três décadas dormitando no Congresso, servindo-se do sistema que fingia combater. Ou seja, como cantam Maria Bethânia e a bolsonarenta Nana Caymmi, “mentira, foi tudo mentira que você contou”.
O tiro na academia saiu pela culatra, a pressão sobre o Supremo não funcionou, o golpe de 7 de setembro do ano passado já havia falhado, o plano de explosão das dependências do Exército também. Enfim, o que resta de verdadeiro em Jair BolsoNero é que, e essa é a única remota semelhança com o personagem de Stallone, o “Micto” é mesmo um estouro. Um especialista em traque.
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, aos 11 de fevereiro de 2022)
31/01/2022
Paciência por um Fio
Eis abaixo a minha resposta.
Antes, porém, registro que ocultei o nome e a foto de perfil dela nesta postagem porque minha estima por ela é tanta que quero poupá-la de se ver submetida a tamanha vergonha pelas bobagens contidas em seu comentário.
O comentário dela é público, está lá na minha postagem original em que publiquei o vídeo (na verdade, num compartilhamento que fiz num dos grupos da minha cidade de que participo), mas tenho a impressão de que o bom senso - sobretudo o senso de ridículo - e a honestidade, que certamente ainda habita seu bom caráter, a levarão a excluí-lo. Eu, pelo menos, faria isso, para minimizar o grau de vergonha.
Segue minha resposta, um tanto dura, mas necessária:
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"Sandra, mas onde você leu mais essas bobagens, de que ele "pediu de volta" o sítio e o triplex?
Desculpe-me a grosseria, mas onde é o cocho em que servem essas informações falsas, esse capim estragado que alimenta o gado?!?
E você, em particular, sabe a verdade, porque eu mesmo já lhe falei!!! E mais de uma vez!!!
1. O sítio é dos Bittar, foi comprado por Jacó Bittar, com dinheiro do FGTS de mais de trinta anos de trabalho como petroleiro e indenização trabalhista. Nem a juíza do processo, nem Moro, jamais disseram que o sítio pertencesse a Lula. Como é que Lula poderia pedir de volta o que está registrado em nome dos Bittar, que o compraram e pagaram por ele?!?!?!
2. O triplex pertence à OAS , que quis vender para Lula, que recusou a compra.
O que ele "pediu de volta", e que a justiça já lhe concedeu, foi o dinheiro que ele pagou por uma cota referente a outro apartamento, menor, localizado em andar inferior (quarto andar, salvo engano).
O que a OAS queria era trocar esse crédito, o valor que já havia sido pago pelo outro apartamento, como parte do pagamento do triplex - que fica na cobertura do prédio.
O triplex jamais lhe foi oferecido como "propina". Sempre foi uma proposta de venda, com aproveitamento do valor que já havia sido PAGO pelo apartamento menor.
Você não é burra, creio que tenha absoluta capacidade de raciocínio para entender isso.
Desculpe-me de novo, mas parece que você prefere mesmo é fazer o mesmo que fazem os hipócritas que agem de má-fé.
As pessoas que agem dessa forma, sabendo a verdade, agem desonestamente.
É uma contradição agir com essa desonestidade para cobrar honestidade alheia.
A mim está insuportável continuar convivendo com gente que age com essa falta de caráter, mesmo aqui pelo Facebook.
Sei que não é esse o seu caso. Por isso, vou lhe sugerir e solicitar, pela última vez: não aja como os desonestos, os hipócritas.
Seja honesta!
Espero não ter de me afastar de você. Beijos respeitosos.
Bom dia
29/01/2022
Inocente e Inocentado
Nos demais, como o do triplex da OAS e o do sitio do Bittar, os processos foram anulados, ou seja, as acusações simplesmente deixaram de existir.
De fato, nesses casos a condição dele não é de "inocentado", mas a de "inocente", a condição natural de qualquer ser que acabou de nascer, ou seja, a mesma de quem jamais teve processo algum.
BolsoNero, claro, não podemos tachá-lo tecnicamente de culpado, de condenado, exatamente porque, abusando de sua condição de presidente da República, tem empreendido todos os esforços, legais e ilegais, para que nenhuma acusação contra ele seja investigada (nem contra seus preciosos filhos).
Lula, por sua vez, foi exaustivamente investigado, sem que ele criasse qualquer embaraço, e hoje está inocentado de algumas acusações e é inocente em relação a qualquer outra.
Tenho dito e repito: a operação farsesca chamada "Lava Jato" resultou num eloquente atestado de honestidade ao cidadão Luiz Inácio Lula da Silva.
26/01/2022
Decepção das Decepções
Essas pessoas já me haviam decepcionado ao fazer a opção que fizeram em 2018. Nalgumas eu reconheço a falta de inteligência, noutras, a falta de humanidade, o que explica a escolha. Fizeram sua opção por pura e simples identificação.
Outras, porém, eram pessoas pelas quais eu nutria sincera admiração, fosse pelo caráter humanitário, fosse pela inteligência, algumas por ambas as virtudes. Virtudes aparentes, porém. Prevalece, infelizmente, o velho ditado sobre as aparências.
De vez em quando dou uma espiadinha no que anda rolando nos perfis dessas pessoas, na esperança honesta de que a ficha tenha caído. Afinal, lá se vão três anos e um mês e motivos para que retomem a consciência, BolsoNero forneceu-os às fartas.
Hoje me decepcionei de novo com uma dessas. E em seguida com mais algumas, observando as reações às postagens que ela fez.
Trata-se de alguém que marcou minha infância porque despertou em mim a primeira paixão. Já escrevi mais de uma vez a respeito, alguém por quem tive mais do que simples admiração por sua inteligência cartesiana.
Deusducéu, descubro agora que a pessoa era admiradora de Olavo de Carvalho, em quem via "grande inteligência"! E eu chamando o astrólogo autointitulado filósofo daquilo que ele era na realidade, um adestrador de imbecis que se comprazia em ver seu rebanho crescer numericamente.
Entre civilização e barbárie não se trata de uma questão de opinião, de escolha entre o que parece melhor ou o que mais agrada, se azul ou verde, Palmeiras ou Corinthians, Toyota ou Volkswagen. É algo bem mais simples, como um mais um dá dois. É ver a realidade como ela é, sem necessidade de uma grande perspicácia. Um básico de inteligência deveria bastar.
Para alguns, porém, um mais um dá 11. É a matemática alternativa fazendo sua festa - alegoria que cai como luva em relação à pessoa a quem me refiro.
A que fundo de poço o ódio, o orgulho e o preconceito levaram essas pessoas queridas. Estou a ponto de perder a fé na Humanidade.
23/01/2022
A Boca do Jacaré
Não vou dar spoiler. Acesse os links abaixo e me dê a honra de ler e, se possível, curtir, comentar, compartilhar, como queira, acaso queira.
O fato é que se trata de mera ficção e eu não me transformei em jacaré, de modo que não pude cumprir meu desiderato. Mas não faltou quem o fizesse por mim. Aliás, está fazendo. E olha que coincidência, é de fato um certo Jacaré, apelido de amigo de longa data da figura pretensamente mítica.
O tal amigo foi assessor do ex-deputado, atual (argh!) presidente da República e entregou todo o esquema das tais "rachadinhas". Disse que eram prática comum nos gabinetes do Micto e de seus filhos, lançados todos na política exatamente para explorar a franquia "Bolsonaro" e, assim, fazer crescer o patrimônio da família.
"Rachadinha" é designativo simpático, fofo, que não traz em si a carga negativa e pesada de um "mensalão", de um "petrolão", apodados desse modo, no aumentativo, para justamente elevar a magnitude de seu potencial maléfico.
Não nos enganemos, porém, com a fofura do tratamento dispensado pela mídia à prática da familícia. O que fizeram, o modo que escolheram os malandros federais para enriquecer é criminoso.
Drenaram para si muito dinheiro público, ao longo de décadas, uma grana preta que transitou pelas contas de falsos assessores dos parlamentares, gente que, conivente ou vítima ignorante, recebia uns tostões em retribuição ao serviço sujo prestado ao chefe. A maior parte dos salários, em alguns casos cem por cento do dinheiro dos impostos - pagos por mim, por você, por todos nós brasileiros - ia para os cofres da família de BolsoNero até se transformar em dezenas de imóveis registrados em nome das ex-esposas, dos filhos, dele próprio e de laranjas.
Dizem que o peixe morre pela boca. Significa que quem fala demais acaba se estrepando. A palavra se volta contra quem a proferiu. A praga pega em quem a rogou. O feitiço contra o feiticeiro.
No caso, o dito popular realizou-se, ou está se realizando, de dupla forma. O peixe morre pela própria boca, de um lado, e, de outro, pela boca de um jacaré.
Abra essa bocarra. Bote essa boca toda no trombone. E bom apetite, Jacaré.
(Em Jacareí, SP, madrugada de 23 de janeiro de 2022)
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Leia a crônica "Maior e Vacinado":
- no meu blogue "Crônicas & Agudas": http://cronicaseagudas.blogspot.com/.../maior-e-vacinado...
- na página "Crônicas & Agudas ", aqui do Facebook: https://www.facebook.com/147914562547688/posts/776282889710849/
- no portal Brasil 247: https://www.brasil247.com/blog/maior-e-vacinado
- ou no livro "Vendo a Vida Passar - A Travessia pela Pandemia", da editora ComPactos, coletânea da qual participo:
http://www.editoracompactos.com.br/index.php?route=product/product&product_id=102
CRONICASEAGUDAS.BLOGSPOT.COM
MAIOR E VACINADO
06/01/2022
Num Reino Bem Distante
O Reino vivia sua era de máxima prosperidade. Após longos e exitosos anos, o rei Luís XIII viu que sua obra era boa e que era hora de descansar. Numa rápida solenidade, passou o cetro para a rainha Dilma e recolheu-se em gozo de sua merecida aposentadoria. Nunca antes na história daquele distante Reino uma mulher houvera assumido o comando magno da nação.
Todos os nobres, autoridades e grande contingente dos populares compareceram à solenidade. Lá estava até mesmo o príncipe Aécio, cujos olhos sangravam de inveja e ódio, pois considerava-se herdeiro natural do trono.
Estava ali o ministro da Direita Tiro de Sobral, também conhecido como Duque da Pindaíba. Andava de um lado para outro, um tanto perdido em meio aos convivas. Esforçava-se para que ninguém notasse o enorme fardo que carregava sobre sua consciência porque, em hora crucial, justamente quando o país se encontrava sob ameaça de cair em mãos perversas, resolveu viajar para o Domínio do Leste, onde empanturrara-se de champanhe, croissant e queijo Roquefort. Tentou desmentir, é verdade, dizendo, com seu sotaque arrastado do Nordeste, que preferia queijo Chavroux, “já que é feito de leite de cabra e estou mais familiarizado”. A ninguém o cabra logrou convencer, porém. Do Leste distante retornou laureado em competição mundial de TPP - Tiro ao Próprio Pé -, carregando, além do peso consciencial, o sobrepeso de protuberante pança.
Outro que se mostrava igualmente irrequieto era Aécio, o Pequeno Príncipe de Maquiavel, um principado localizado no centro do império, mais conhecido como Leblon das Geraes. Seus olhos sangravam de inveja e ódio, pois considerava-se herdeiro natural do trono. Ali mesmo o príncipe se uniu em conspirata ao conde Cunha, um líder religioso que comandava a Casa dos Comuns. “Ela não poderia ter sido a escolhida, não poderia ter assumido e não poderá governar”, dizia-lhe ao ouvido o inconsolável invejoso. “Não te preocupes, príncipe Aécio de Maquiavel. Vamos estancar essa sangria, visível em teus olhos, com o Extremo e com tudo”, respondeu-lhe o sacerdote comandante da câmara baixa, enquanto fingia atenção ao discurso que proferia a legítima detentora da Coroa.
Jair, o bobo da Corte, estava ao lado dos conspiradores e ouviu o diálogo. Espalhou a notícia por todo o Reino, mas era o bobo da Corte e ninguém o levou a sério.
O fato é que um ano depois a rainha acabou sendo deposta, num processo provocado por uma criadora de serpentes de nome Janaína, atividade exótica que lhe rendeu a alcunha de “Jana, a Insana”. A acusação era de que toda manhã a rainha se dava ao luxo de pedalar pelo entorno do Palácio com sua bicicleta de quadro de alumínio e aro 29, o que algumas pessoas passaram a considerar um acinte aos que só dispunham de seus próprios pés para seus transportes.
Acresce que ela exercitava suas pedaladas praticamente na hora do trabalho, entre seis e sete horas da manhã, e só às sete, em ponto, iniciava o expediente, que em geral não terminava antes das dez da noite. Em um ou outro dia houve quem se queixasse do odor pouco agradável exalado pela rainha ciclista, pois nessas raras ocasiões ocorreu de não ter tido tempo de perfumar-se antes de se entregar aos ofícios.
Embora discutíveis os argumentos à luz do bom Direito, o fato é que uma bem orquestrada campanha difamatória comandada pel'O Reino - título do periódico de maior circulação por aquelas plagas –, levou os súditos a crerem que de fato aquelas pedaladas feriam real e gravemente os normativos legais. E “Jana, a Insana” bradava aos quatro cantos enquanto girava uma bandeira nacional, como o atleta olímpico que preparasse o lançamento do martelo, para molde de dar mais realismo à encenação, que era uma “bi ci cle ta de alu mí nio e aro vin te e no ve!”.
Juristas renomados, do Reino e do exterior, apontavam para a fragilidade da argumentação. Diziam que era ridícula a sustentação de que o fato de a rainha pedalar toda manhã das seis às sete e alguma vez ter iniciado o expediente sem se perfumar feria o artigo 85 da Carta Magna, mas o conluio era “com o Extremo, com tudo”. E, de fato, a Corte Máxima pronunciou-se no sentido de que a acusação indicava suficientemente a tipificação do crime de responsabilidade. Destacou que a rainha havia tido oportunidade e exercera plenamente seu direito à ampla defesa e ao contraditório e, portanto, havia sido observado o devido processo legal. Concluiu que, diante desse quadro de absoluta normalidade, nada havia que pudesse ser feito para impedir o evidente golpe de estado, como reconheceu o eminente magistrado Luís, o Barroso, em "brilhante e irretocável voto, elogio que lhe dedicaram os demais luíses da Corte, o Fux e o Fachim.
Assim que proclamado o resultado, imediatamente tomou posse o vice-rei Michel, o Breve, que bem poderia ter passado para a História como O Invisível. Seu governo foi tão obscuro que ninguém notou quando Jair, o bobo da Corte, a título de fazer mais uma graça, aproximou-se do vice-rei com uma faca de uso cenográfico e, rindo, simulou um golpe contra as costas do governante. O que o bobo não esperava é que o vice, em pleno exercício do reinado, mas cansado já de seu papel apenas decorativo, pudesse fingir sofrer o golpe deveras. De fato, Sua Alteza simulou desmaio e, a despeito de não ter vertido uma só gota de sangue, acabou levado ao hospital, onde foi submetido a delicada cirurgia.
A notícia de que o vice-rei houvera sido esfaqueado como Júlio César por Brutus espalhou-se pelo Reino. O bobo da Corte chegou a ser preso, suspeito da tentativa do falso assassinato. Alegou em defesa que o crime houvera sido cometido por terceiro, um plebeu de nome Adélio, agente do Partido do Sol, e que, na verdade, ele próprio acudira a vítima, levando-a para o nosocômio, salvando-a da morte. Acabou libertado por ser considerado inimputável, haja vista sua evidente incapacidade de raciocínio. Ex-militar, o bobo da Corte já houvera vivenciado situação semelhante, quando fora encarcerado e expulso do Exército Real por planejar explodir equipamentos da corporação.
Enquanto o Reino atravessava tal turbulência, o rei Luís XIII viu-se na contingência de abandonar seu justo descanso e retomar para si a Coroa. Era o que o povo queria, pois presente na lembrança de todos os bons tempos vividos pelo populacho sob seu reinado, os melhores em incontáveis décadas, quiçá de toda a História. A hipótese, porém, contrariava as expectativas do príncipe Aécio, ainda inconformado por não o ter sucedido, tampouco lembrado para suceder à rainha deposta.
Conde Cunha àquela altura achava-se preso, condenado que fora por desfalque ao erário. O príncipe lembrou-se então de um antigo aliado, um magistrado obscuro de uma comarca agrícola no interior. Era o pretor Sérgio Lara Ápio, alcunhado “juiz ladrão” por Glauber, o documentarista real. Glauber era responsável por registrar tudo o que ocorria no ambiente da Corte e que, por isso, vivia com uma ideia na cabeça e equipamento de retrato na mão. Notabilizou-se por grandes tiradas, como essa com que eternizou o pretor interiorano.
Sérgio, o "juiz ladrão", viu no caso a possibilidade de ele próprio alcançar o posto de rei e tudo fez, de legal e de ilegal, para incriminar Luís XIII. Nada encontrou, mas criatividade não lhe faltou para fazer malabarismo jurídico combinado com prestidigitação e condenar o antigo rei por corrupção, porque houvera recusado vantagem indevida de uma empreiteira. Sim, o pretor conseguiu o feito de condenar um dirigente público por corrupção passiva por este ter recusado a propina que lhe fora oferecida!
No curso dos acontecimentos, eis que Jair, o bobo da Corte, tornou-se muito popular, sobretudo por ter livrado o povo do jugo que lhe fora imposto por Michel, o Invisível, e aproveitou o vácuo de poder para assumi-lo ele próprio. Dizia contar com apoio da população, que o chamava de “mito” em grandes aglomerações que ele próprio organizava.
O bobo da Corte nada sabia sobre coisa alguma. Era um sujeito limítrofe que fazia graça contando anedotas surradas sobre mulheres, pessoas de cor e gostos diferentes dos seus e estrangeiros. Com esse comportamento, distraía os demais integrantes da Corte de então, formada por vetustos homens brancos que ostentavam reluzentes cãs e se esforçavam para ocultar desejos tão inconfessáveis quão inescondíveis.
No reinado de Bobo nada era verdadeiro, tudo rescendia a falsidade. Ele fingia governar. Toda manhã, recebia populares no vestíbulo do Palácio e ali exercia o melhor de sua capacidade, que era fazer rir. E, de fato, as pessoas no cercadinho fartavam-se de gargalhar, o que as fazia sentirem-se felizes.
O Reino, porém, foi acometido de grave peste que matava pessoas aos borbotões. Bobo nada fazia. Indicava magia, emplastos inúteis, infusões e placebos que oferecia até às emas do palácio, ao mesmo tempo em que se recusava a comprar medicamentos eficazes, o que só fazia crescer a mortandade. Acusaram-no de charlatanismo, curandeirismo, corrupção e toda sorte de crimes contra a saúde pública.
Enquanto o povo sofria, o rei Bobo divertia-se em cavalgadas e passeios de barco com grande acompanhamento de apoiadores, empanturrando-se de camarões, picanha e leite condensado. Fingia-se popular comendo frango com farofa com as mãos, espalhando sujeira por todo lado, chafurdando no prato como se fosse o porco que de fato era.
Foi, aos poucos perdendo popularidade, ao mesmo tempo em que se elevavam os clamores pela libertação de Luís XIII e seu retorno ao trono.
O pretor Sérgio, que houvera abandonado a magistratura como previamente acertara com o rei Bobo, tornou-se seu ministro, em paga e reconhecimento de sua fundamental contribuição para ascensão e assunção do trono, e a população pode então vê-lo como realmente era, mais bobo do que o rei.
Eis que, passado algum tempo, Sua Majestade, num raro ato digno de aplauso, deu um pé-na-bunda no juiz ladrão que, de tão forte o golpe no traseiro, projetou-o para o reino do Norte, a cujos interesses este servira com gosto enquanto homiziava sob a toga seus anseios políticos.
Num lance inesperado, porém, uma Corte Máxima envergonhada e já não acoelhada como antes decretou a libertação do rei preso na masmorra da urbe agrícola do interior, ao mesmo tempo em que condenou o pretor Sérgio por parcialidade e incompetência.
Libertado o rei Luís XIII, este acabou encontrando-se no Palácio com o rei Bobo e o pretor larápio, que retornara do reino do Norte sedento por tomar o lugar de quem lhe vilipendiara as nádegas, maculando-as com a marca indelével de sua botina real. Trancaram-se os três para uma luta de vida ou morte, mas Luís XIII era tão maior que os demais que ambos, amedrontados, saíram correndo rumo à praia mais próxima, onde morreram abraçados.
(Luís Antônio Albiero, de Capivari, SP, em Jacareí, SP, aos 6 de janeiro de 2022)
05/01/2022
O Segredo do Médico
Acostumado a excretar pela boca, o relativo silêncio que lhe foi imposto após o traquezinho do 7 de Setembro, anunciado aos céus e terras como uma bomba nuclear, fez com que o despresidente se tornasse cada vez mais enfezado. Leia-se, mais carregado de fezes, mais cheio de si.
Resultado: Sua Excrescência foi parar no hospital. Reuniram-se dezenas de médicos e nenhum conseguiu desentalar o esgoto acumulado nos intestinos presidenciais. Tiveram de recorrer ao profissional que o atendera por ocasião da "fakeada" que lhe dera Adélio.
Como uma diarreia que não se estanca, o mal explicado evento de Juiz de Fora tem rendido infinitas desculpas e simpatias ao excrementíssimo, que lhe têm servido para recuperar uns pontos positivos a cada vez que sua popularidade despenca nas pesquisas de opinião e de intenção de voto.
Correu à boca pequena que a razão da preferência pelo renomado oncologista - embora oncologista de fato não seja - deveu-se à sua capacidade de guardar segredos. O Micto sabe que o doutor não é um boca mole. Tem carreira a preservar, um nome a zelar, não há de ter por hábito dar com a língua nos dentes. O uso do cachimbo, afinal, é que faz a boca torta.
Interromperam-lhe as férias em Bahamas. Mandaram um avião buscá-lo. Ao chegar, o especialista correu ao quarto do moribundo, que choramingava feito guria de fraquejada achando que de fato estava a desfalecer. Mal cumprimentou os colegas e os familiares do enfermo aglomerados em torno do leito, no qual o constipado gemia em dolorosos mimimis.
Como um autêntico esculápio brasileiro, o profissional nem pôs a mão no corpo do paciente. Abriu a maleta, remexeu uns papéis, retirou algo que aos presentes pareceu uma fotografia e a mostrou ao indefecável. O Micto olhou e quase teve uma síncope, tal o susto que levou. Borrou-se todo e tingiu de marrom o lençol. Um creme nojento da cor de chocolate espalhou-se por toda a cama e pelo chão. Aliviou-se, enfim, da constipação, ao custo de empestear o ar de todo o hospital e adjacências.
O médico saiu como entrou, sem dizer palavra. Só mais tarde foi que, ao lado do paciente já recuperado, concedeu entrevista em que afirmou que o mal-estar devera-se a um camarão mal comido. Era para mastigar quinze vezes, mas o glutão engasgou na mordida de número treze.
Os jornalistas começaram a especular se, tendo ocorrido tamanho desconforto nacional por conta de um singelo camarão, como haveria de ser com Lula. O médico sorriu, embora ninguém tivesse notado. "Não dá para comparar. Os efeitos adversos são diversos", balbuciou, já saindo. Nenhum dos repórteres entendeu o comentário.
A senhora que fez a higiene do quarto estranhou uma fotografia que encontrou caída sob a cama. Era a imagem de Lula, com as coxas expostas coroadas por uma saliência colossal logo acima. Definitivamente, um santo remédio.
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, aos 5 de janeiro de 2022)
01/01/2022
A Perda de uma Chance
Foi ministro da Educação por oito anos; prefeito de São Paulo; é professor universitário, advogado, economista e cientista político.
É pré-candidato a governador do estado de São Paulo e aparece como líder em todas as pesquisas de intenção de votos.
Um sujeito com todas essas qualificações abre mão de outros compromissos certamente mais importantes e se dispõe a conceder uma entrevista (*) à rádio da minha pequena cidade, e o faz exibindo toda sua boa vontade. Propõe-se a discutir os problemas do país, do estado, da região; traz luzes importantes para a compreensão da realidade, da conjuntura atual; e o que faz um bando de cidadãos despreocupados com o próprio futuro? Limita-se a xingá-lo.
Foi uma excelente entrevista, conduzida com maturidade pelo amigo Marcos Graziani e por Tony Machado, uma felicíssima iniciativa do proprietário, também velho amigo Carlos Maschietto, o Carlão (que, por sinal, hoje mesmo perdeu o pai, o estimado Mário Maschietto, que deixou viúva a professora Zilce - irmã do ex-ministro do trabalho, Almir Pazzianotto Pinto -, além dos demais filhos, minha querida colega de bancos escolares e de faculdade María Cristina, Maria Aparecida e o procurador da Câmara Municipal de São Paulo, Mário Sérgio Maschietto. Minhas condolências a todos os familiares e amigos).
Haddad falou sobre os projetos que o PT elaborou, sob seu comando, como presidente da Fundação Perseu Abramo, caso o partido volte a governar o país, com ele mesmo ou, mais provavelmente, com Lula presidente a partir de 2023, além de discutir questões regionais e de interesse do estado de São Paulo.
A nota negativa foi para o interesse demonstrado pelos que se pretendem críticos do PT, que inundaram o perfil da rádio no Facebook com todo preconceito e ódio que contaminaram o debate público no país nos últimos anos.
Um robô intitulado Rico Stark chamou o entrevistado de "poste" e "lixo"; um cidadão de nome Osvaldo Rodrigues tirou, sabe-se lá de que latrina, a informação de que ele "não sabe nem cantar o hino nacional".
O dentista (acho que é isso) Ivan Schincariol, figura conhecida na cidade, chamou-o de "porcaria". Vera Assis, de "isso" ("isso nem merece comentário" - foi o comentário que ela, muito coerentemente, lá deixou, no Facebook da rádio). Rodrigo Ramos, de "uma pessoa dessa" ("como podem dar espaço a uma pessoa dessa", seguido de três pontos de exclamação).
Maria de F Prado expressou uma espécie de fé em Fernando Haddad e pespegou-lhe um "credo Deus". FerLuis repetiu que ele é "piada". Doroti Silva considerou-o "decadência".
Lucia Marturano conseguiu clicar cinco vezes num mesmo emoji (😡😡😡😡😡). Célia Martins foi mais longe e teve êxito na digitação de duas diferentes carinhas prontas ("🤔🙈🙈🙈"), assim como Cesar Caldas ("😱🤮").
Luís Rocha viu no entrevistado uma "misericórdia amarrada", seja lá que bobagem isso possa significar.
O megaempresário bilionário listado pela revista Forbes, dos Estados Unidos, meu amigo de longa data Costa Costinha sentiu algum "odor" estranho nas imediações da rádio e chamou o convidado de "tranqueira".
Jonas Rocha foi outro que viu "piada", sabe-se lá onde e por que. Rodrigo Lucca, "bosta". Dinamar Rodrigues, outra cheia de fé em Haddad, orou o "credo".
Rico Stark, o robô muito atuante, voltou para referir-se a ele como "comédia".
Davi Serafim, certamente um mestre na arte, comentou que "essa entrevista vai ensinar Cmo roubar o povo" e, muito criativo, repetiu o robô, afirmando que ele é "poste" e "lixo".
Endne Ferreira de Lima considerou-o "pilantra" e Claudinei Ferreira de Jesus voltou a falar em "piada", a bufonada campeã dos comentários. Três aparições, já pode pedir música. É fantástico!
Já Valdemir Santos, esse sim, fez a ofensa que considerei a mais dolorosa, pois xingou Fernando Haddad de "Bolsonaro", seguido do enigmático número "2022".
Enfim, debater a pandemia, a educação, a volta às aulas presenciais, o auxílio emergencial, nada. Nenhuma palavra dos inteligentes comentaristas.
Críticas úteis ou ao menos substanciosas, zero. Nem para dizerem o que têm contra o fato de Fernando Haddad ter criado o SISU, o ProUni, ter construído catorze universidades federais e mais de cem novos "campi", e ter mais que dobrado o número de estudantes no ensino universitário enquanto serviu como Ministro da Educação.
Ou por que são contrários a ele ter criado as ciclofaixas, ampliado os corredores de ônibus, promovido a integração entre ônibus e metrô, quando prefeito de São Paulo.
Nada disso.
Essa gente, para lá de inteligente, só soube xingar o ilustre convidado da rádio local.
Esse não é o povo da minha Capivari, mas é parte, uma parte significativa que bem o representa. E por aí se vê por quais razões a cidade caminha para trás.
21/12/2021
Lula e a Consciência do seu Tempo
Lula tem consciência do momento e do papel que lhe cabe.
Que bom seria se pudéssemos apresentar uma chapa pura - Lula e Gleisi, Lula e Haddad, Lula e Dilma! Ou pelo menos de esquerda, Lula e Dino, Lula e Manuela, Lula e Freixo, Lula e Boulos...
Não agregaria nada, não geraria simpatias, muito pelo contrário. Seria demonstração de sectarismo, de arrogância, do PT ou das esquerdas.
Os movimentos que Lula vem fazendo têm-lhe aberto portas, as mais inesperadas. Veja-se o destaque que, súbito, as organizações Globo e toda mídia velha vêm dando a Lula, desde o giro pela Europa até o jantar do Prerrogativas.
Lula sabe que, mais do que juntar letrinhas e nomes fortes para ganhar uma eleição, ele precisa exortar a paz, resgatar a união das famílias e o respeito entre adversários políticos.
Ele sabe que enterrar o bolsonarismo, abortar o fascismo já em fase avançada de desenvolvimento, é condição necessária para que ele próprio, ou qualquer outro que venha a vencer a eleição, tenha um mínimo de tranquilidade para governar, tenha segurança política e jurídica.
O ódio disseminado por todo o país desde que se exacerbou o antipetismo, que na verdade significa "antipovismo", ódio ao povo, às conquistas sociais dos debaixo, dos antes condenados à senzala, só vai se esvair com doses mais fortes de governo petista.
É preciso avançar em iniciativas que signifiquem empoderamento do povo pobre, como as políticas de cotas nas universidades, Prouni, Ciência Sem Fronteira, por exemplo.
Sobretudo agora, quando se tornou imprescindível recuperar direitos e políticas públicas exterminadas pelos governos Temer e BolsoNero, como os direitos trabalhistas, o sindicalismo, a proteção dos trabalhadores, a par da revisão de toda política entreguista dos últimos governos.
Para isso é necessário mais do que apenas retornar ao comando do governo, é ter garantias de governabilidade. Aprendamos com a História, particularmente com os fatos mais recentes, como o golpe dos corruptos de 16.
Teremos de ampliar nossa representação no Congresso. Resgatar os direitos trabalhistas exigirá aprovação de uma PEC, vale dizer, obter os votos de mais de trezentos deputados e senadores. Viabilizar políticas de inclusão social, idem, pois será preciso derrubar o teto de gastos e, para tanto, modificar a Constituição. Só para evitar um impeachment são necessários quase duzentos deputados aliados e leais.
O Brasil é muito grande, os interesses são os mais diversos, nossa cultura política, sobretudo no que diz respeito ao exercício da democracia, é ainda incipiente e frágil. A par disso, nosso desenho político-institucional é complexo e exige do presidente negociar constantemente com o parlamento.
Antes tenhamos que dialogar com o ex-PSDB de Alckmin e FHC, com o MDB de Renan Calheiros, com o PSD de Gilberto Kassab, respaldados por PT, PCdoB, PSOL, PSB, PDT, PV e Rede, do que termos de ceder à truculência do bolsonarismo. E, por óbvio, só poderemos dialogar com aqueles, e não com estes, se os primeiros forem eleitos - de preferência, sem a presença significativa dos últimos.
(Luís Antônio Albiero, em Jacareí, SP, aos 21 de dezembro de 2021)
21/11/2021
Mercadinho de Garagem
Pense na sua casa. Na sua vida doméstica. Imagine que você seja um pequeno empresário. Tem lá seu mercadinho modesto que começou na sua garagem num bairro popular de sua cidade. Uma adaptação aqui, outra ali, os fregueses começando a chegar, o negócio crescendo, crescendo.
Passam-se os anos, você compra um terreno maior e transforma o mercadinho de garagem num pequeno supermercado.
Quando você pensa em criar uma segunda unidade, resolve contratar um cunhado. Ele se torna diretor de compras do supermercado, que agora já tem um status de "rede". Afinal, são duas unidades.
Mais alguns anos e a cidade já está coalhada de unidades de sua rede, que vão se espalhando pela região, pelo estado, pelo país.
Súbito, você descobre que aquele seu cunhado em quem você confiava era um corrupto. Responsável pelas compras da rede, ele sempre superfaturava os preços e recebia de volta um por cento, dois. Às vezes três - inspirado certamente nos diretores da Petrobras.
Descoberta a série de fraudes ao longo dos anos, você o denuncia, ele responde a processos, devolve o dinheiro que desviou. Tudo, enfim, parece certo. As instituições funcionaram normalmente, dizem-lhe.
Apesar disso, você decide que, para acabar de vez com a corrupção na sua empresa, você a venderá.
Você, dono da rede de supermercados, raciocina: meu negócio vale um bilhão de reais. Meu cunhado, a quem confiei uma parcela dos meus negócios, comprou coisas que, ao fim e ao cabo, acabei vendendo, obtive lucros, mesmo pagando mais caro pelos produtos. E ele ganhou, no total, ao longo dos anos, um milhão de reais - que eu já recuperei!
Aí vem o dono de uma rede concorrente e lhe diz: olha, sua rede vale um bilhão de reais, mas, diante dos problemas que você enfrentou com seu cunhado, os arranhões na imagem da sua empresa, eu me disponho a ajudá-lo e compro sua rede por cem milhões.
Muita bondade, não? Mas você concorda e vende!
É exatamente o que está acontecendo com a Petrobras. Por conta de uma roubalheira -- migalhas, diante das dimensões colossais da estatal brasileira -- bem ou mal já enfrentada pela Polícia, pelo Ministério Público, já punida pelo Judiciário, você decide que a saída para evitar novas dores de cabeça é mesmo vendê-la, e a vende por um décimo do que ela vale! Um décimo, ou dez por cento. Ou vinte. Ou trinta, tanto faz, será sempre um percentual ínfimo.
Agora pense.
A corrupção, segundo esse modelo, digamos, comedido dos diretores da Petrobras, correspondia a um, dois ou três por cento de alguns ou vários contratos da empresa. Contratos milionários, por vezes bilionários, o que lhes rendia uma bela fortuna a cada ato de corrupção, ainda que a modestos três ou mísero um por cento.
Sabe o que realmente está acontecendo?
Você, que expressou justa indignação com a roubalheira das migalhas milionárias já recuperadas ou em fase de recuperação, agora está indiferente ou aplaude o roubo verdadeiro, expressivo, monumental, praticado pelos abutres que estão de olho em levar a empresa inteira. Inteira! A preço de banana e sem qualquer chance de um dia o país recuperar esse prejuízo bilionário. Um crime praticado à luz do dia contra um país inteiro.
Lembre-se lá do início do seu mercadinho de garagem, a luta que foi para construir seu império.
É ficção, eu sei. Mas lembre-se de Monteiro Lobato, "o petróleo é nosso". De Getúlio Vargas. Dos trabalhadores da Petrobras. De Lula e a descoberta do pré-sal. De Dilma e a destinação dos resultados do pré-sal para a educação do povo brasileiro.
Lembre-se do povo brasileiro e da nossa luta para criar, manter e fazer crescer uma empresa estratégica para nossa sobrevivência econômica.
Nós não somos ficção.
(Luís Antônio Albiero, em Capivari, SP, aos 21 de novembro de 2021)
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17/11/2021
Tentativa de Despertar Empatia
É um empresário de minha cidade, cuja identidade prefiro preservar. Nossa troca de mensagens começou no perfil de um amigo comum, da vida real e daqui do Facebook, mas foi em infinitas mensagens privadas que eu perdi a paciência.
Foram meses em que eu dizia a ele verdades sobre Lula, que toda pessoa de bom senso e razoavelmente informada já sabe, mas ele não só se recusa a reconhecê-las como insiste em ofender o ex-presidente.
Achei esse jeito de me despedir sem fechar de vez as portas, tentando despertar nele empatia através da inversão especular dos personagens, em que ele próprio passa a ser a vítima das mentiras que ele vive a espalhar sobre Lula.
Osvaldo é nome fictício, evidentemente. Só o prenome, se eu publicasse, todo mundo de Capivari reconheceria.
A resposta que ele me deu foi inacreditável. Estou tentando encontrar um jeito de publicar, mantendo o sigilo de sua identidade. Por ora, segue apenas minha "carta", que enviei ao "Osvaldo".
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"Meu caro Osvaldo,
Ontem precisei bloquear um amigo no meu Facebook, e por sua causa. Para você ter uma ideia, ele veio me dizer umas coisas a seu respeito que eu não gostei. E você sabe a estima que tenho por amigos como você.
Começou chamando você de "novidedo". Não sei o que significa "novidedo", mas ficou na cara que ele quis ofender você.
Depois passou a chamar você de ladrão, de corrupto. Até criou um apelido pra você, "osvaladrão". Claro que aí já encrespei. Disse a ele que você não é nada disso. Até perguntei "ladrão por quê? O que foi que ele roubou? Quais as provas?" Ele não soube dizer, mas continuou acusando você.
Quando eu disse que você foi absolvido em dezoito processos, ele rebateu jurando que foi graças aos amigos que você tem no STF. Também foi em vão que eu lembrei a ele que esses tais amigos deixaram você preso em Curitiba por 580 dias, mesmo tendo consciência de que o juiz que o condenou era suspeito, parcial e incompetente. Um "juiz ladrão", como disse o deputado. Juiz ladrão que acertava as jogadas com o técnico do time adversário, aquele dalanholzinho metido, de faces róseas e traços longílineos, muito honesto, tão honesto que esconde dólares debaixo da banheira - segundo a mãe dele, mas como confiar na palavra de uma mãe quando se refere ao próprio filho, não é mesmo?
Ele - esse meu amigo que bloqueei por sua causa - disse então que você tinha sido condenado em duas instâncias. Eu insisti que os processos foram anulados, ele insistiu em dizer que os juízes eram seus amigos. Tentei argumentat que você foi absolvido em quatorze processos, todos julgados por juízes de primeiro grau, todos de carreira, concursados e que não devem nada a você, como nada devem a prefeito, governador, presidente ou empresário algum. E que só outros quatro haviam sido anulados por seus "muy amigos" do STF.
Não adiantou. Ele finge não entender. Ou não entende mesmo. Suspeito que ele tenha algum déficit cognitivo, uma certa dificuldade de compreender raciocínios complexos.
Ele é desse tipo de gente que acredita na justiça do país só até a página dois. Acredita no juiz de Curitiba e no TRF 4. Quando chega no Supremo, não vale mais, ele desacredita.
E ficou repetindo e repetindo que você é ladrão, é corrupto, é "novidedo" e o chamando de "osvaladrão". E de cachaceiro, imagine você!
Bloqueei. Sem dó.
Ah! Parabéns pelo discurso de ontem no Parlamento Europeu. Achei ótimo você lembrar que aqueles parlamentares representavam países que num passado recente viviam em guerra uns contra os outros, mas que em um dado momento foram capazes de compreender suas diferenças, aparar as arestas, e ali estavam juntos, civilizadamente, mostrando que a paz é possível, que um mundo novo é possível.
Vibrei quando vi aqueles parlamentares todos aplaudindo você em pé, e por vários minutos.
Legal ver você, um brasileiro, levando essa mensagem de paz mundo afora. Dá um orgulho na gente.
Gostei também do seu discurso no instituto SciencesPo. Você estava leve, solto, como se conversasse em casa com amigos. E com a habilidade de um professor falando com seus alunos. E na casa do Saber! Da nata da intelectualidade francesa e de todo o mundo. Você é o cara, Osvaldo! Obama estava mais que correto.
E depois o encontro com o Macron, o presidente da França! Com a prefeita de Paris! E amanhã com o primeiro-ministro da Espanha. E já esteve com o chanceler alemão que vai substituir a Angela Merkel. Você não é fraco, não. Enquanto isso, o outro desperdiça tempo e dinheiro público passeando em Dubai e tramando com ditadores. E fazendo arminha, claro.
Sabe, Osvaldo, bloqueei o cara só por sua causa, mas não tenho raiva dele, não. Sei que só está com o coração amargurado, por alguma razão lá da vida pessoal dele, que não me interessa. O sujeito angustiado, frustrado, que visivelmente morre de inveja de você, acaba cultivando a planta venenosa do ódio no próprio coração. Avisei a ele: esse seu ódio não fará mal algum ao Osvaldo. O Osvaldo nem sabe da sua existência. Tanto rancor só fará mal a você mesmo.
E ele se diz cristão. Do tipo que vai à missa (disse que faz três anos que não vê Fernando Haddad na missa, e eu nem sabia que Haddad era católico e que frequentava a igreja ali do bairro onde ele mora, no interior) e faz caridade. E que faz questão de propagandear a caridade que faz. "Não saiba a mão esquerda o bem que faz a direita", eu disse a ele.
Bloqueei. Gosto dele, gostaria de aprofundar a amizade, ele me parece bastante simpático e pelo jeito está precisando de amigos sinceros, mas temo acabar me contaminando com essa toxicidade que ele emana pelos poros.
Abraços, Osvaldo. Beijos à Janja. É bonito ver vocês dois juntinhos, esbanjando amor e alegria. Não se esqueça de me convidar para o casamento. E ano que vem, já sabe, o Brasil inteiro sabe: é Osvaldo lá!
Do seu amigo de sempre,
Luís Antônio Albiero, de São José dos Campos, sp, aos 17 de novembro de 2021."